Tercília dos Santos amanheceu artista. Foi a partir de um sonho no início dos anos 90 que compreendeu que deveria imprimir as cores que usava em seu trabalho como manicure em obras de arte, com os mesmos tons vibrantes que lhe eram familiares desde a infância. 
 
Na noite do sonho, Tercília avistou um portal "bem faiscante e colorido, do qual mulheres entravam e saiam, comentando os erros praticados pelos humanos”. Em meio a paisagem cintilante em que se encontrava, teve a visão de Jesus Cristo que lhe revelou algumas obras que deveria pintar. E já no dia seguinte começou a dar os primeiros passos para se tornar artista. 
 
Suas primeiras obras estavam ligadas às visões que teve com Jesus Cristo. Retratou casas com grandes portais luminosos, mas que logo se expandiram para paisagens que emanam luz, seja dos céus ou refletida nas águas, um compromisso com o invisível, a espiritualidade, percepções sensoriais, mitos e memórias.  
 
Na exposição COR PORTAL, percorremos pela trajetória da artista Tercília dos Santos. Mergulhamos nos mistérios de sua obra e observamos a ampliação do portal em paisagem, a proximidade com os temas como espiritualidade, religiosidade negra, afetividade e sua estreita relação com o universo têxtil.

Sobre a artista

Tercília dos Santosé considerada uma das grandes representantes da pintura naïf no país. Apoiada nas lembranças de infância, a artista constrói um rico universo em que a presença da cor nos conduz aos cenários de arvoredos, flores, casas, animais e crianças. Natural de Piratuba, município de Santa Catarina, sua produção encontra na paisagem local e nos temas que a circundam os elementos necessários para sua concepção. Todo o repertório construído pela artista é observado nos quadros de pincelada marcante que recorre à técnica de acrílica sobre tela. Autodidata, foi aprimorando sua técnica com cursos livres. Realizou sua primeira exposição individual em 1990 e, de lá para cá, suas obras são vistas em mostras pelo Brasil e no exterior. A artista participou de diversas edições da Bienal Naïfs do Brasil, com prêmios recebidos ao longo da carreira. Em 2018 foi premiada pela Academia Catarinense de Letras e Artes pelo Conjunto da Obra. 

Sobre as Curadoras

Clarissa Diniz(1985) nasceu em Recife e atualmente reside no Rio de Janeiro. É crítica de arte e curadora. Graduada em Lic. Ed. Artística/Artes Plásticas pela Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ. Entre 2006 e 2015, foi editora da Tatuí, revista de crítica de arte. Publicou diversos livros e realizou inúmeras curadorias, dentre as quais destacam-se "Contrapensamento selvagem” (cocuradoria com Cayo Honorato, Orlando Maneschy e Paulo Herkenhoff. Instituto Itaú Cultural, SP), "Zona tórrida – certa pintura do Nordeste” (cocuradoria com Paulo Herkenhoff. Santander Cultural, Recife), "Ambiguações” (Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 2013), "Pernambuco Experimental” (Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2013), "Do Valongo à Favela: imaginário e periferia” (cocuradoria com Rafael Cardoso, Museu de Arte do Rio – MAR, 2014), "Todo mundo é, exceto quem não é” – 13ª Bienal Naifs do Brasil (SESC Piracicaba, 2016 e Sesc Belenzinho, 2017) e "Dja Guata Porã – Rio de Janeiro Indígena” (cocuradoria com Sandra Benites, Pablo Lafuente e José Ribamar Bessa. MAR, 2017). Foi curadora assistente do Programa Rumos Artes Visuais 2008/2009 (Instituto Itaú Cultural, São Paulo) e, entre 2008 e 2010, integrou o Grupo de Críticos do Centro Cultural São Paulo, CCSP.

Deise Oliveira é arte Educadora com mais de 20 anos de experiência em sala de aula, para diferentes públicos. Pesquisadora, Doutoranda pela Universidade Tecnológica do Paraná. Seu interesse é discutir a curadoria contemporânea em Artes Visuais e seus embates. Museóloga, atuou por 5 anos como Educadora no Museu Casa Fritz Alt, desenvolvendo projetos pedagógicos, parcerias, treinamentos e atendimentos a diferentes públicos, com abordagem dialógica e histórico-critica. Atualmente desenvolve projetos independentes na interface entre educação, museus e espaços de memória, ancorada em discussões sobre arte, decolonialidade, gênero e novas formas de produzir conhecimento.

 


Exposição Livre

Curadoria de Clarissa Diniz e Deise Oliveira

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