O projeto “Conecta 60+” do Sesc tem como objetivo disseminar conteúdos e atividades, por meio de ações que estimulam as potencialidades dos idosos, o fortalecimento de vínculos e da convivência e o exercício pleno da cidadania. Os grupos se reúnem em encontros virtuais semanais, envolvendo os seguintes eixos temáticos: Inclusão Digital, Corpo e Mente, Saberes Catarinense, Memória Ativa e Viagens e Vivências de forma online e gratuita.
Não demorou muito para os grupos que se reuniam de forma presencial migrassem para o formato on-line. Em Florianópolis, a instrutora Elaine criou vídeos com o passo a passo, para auxiliar na utilização da ferramenta Google Meet. Após uma semana de testes, iniciaram o grupo e a emoção em rever os amigos foi surpreendente. A equipe está sempre disposta para tirar as dúvidas e fazer chamadas individuais, quando necessário.
O grupo “Conecta 60+” - Poetas do Sesc Prainha (Florianópolis) acontece em parceria com a Associação dos Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses (ACPCC) e reúne idosos, que gostam de escrever, para dar dicas e fazer lindos saraus virtuais. A cada semana um tema diferente é trabalhado, instigando a escrita, lembrança e imaginação.
Os grupos comportam até 16 pessoas e as inscrições podem ser realizadas por e-mail ou telefone: vanessa.9453@sesc-sc.com.br ou 3229-2254.
Segue abaixo poemas escritos pelos participantes do “Conecta 60+” do Sesc Prainha (Florianópolis):
AMOR AÇUCARADO, escrito por Deyse de Abreu Teodoro
Receita da vovó (e não é de pão-de-ló)
Enlacem com seus bracinhos o meu pescoço,
só não quebrem o osso!
Afaguem com carinho meu cabelo,
sem pressa, com muito zelo,
com ternura, com doçura.
Encostem seus rostinhos contra o meu,
de mansinho, com aquele jeitinho
que é só carinho...
Segurem minha mão e acalentem esta emoção,
Fechem meus olhos com os seus beijinhos
bem docinhos.
Fiquemos assim bem abraçados.
Curtindo como é gostoso
este amor açucarado!
Queridos amigos, esta poesia escrevi para meus netos, que quase me enforcavam, quando me viam e me abraçavam!
O TEMPO NO ESPELHO, escrito por Zoraide Elisabeth Simm Lepinski Gosek
Novamente... o tempo nele refletido.
A Jovem de antes foi embora...
Agora já é uma senhora...
A face lisa mudou
O rosto enrugou
Os belos cabelos negros,
Já são grisalhos...
Mas a alma da jovem vaidosa, já se encontrou...
Amadureceu e... com a vida se encantou!
O espelho parou de importunar,
Mas o tempo continua a perturbar...
A clepsidra vai esgotando a água da vida...
A ampulheta continua a soltar o grão de areia, e entope a veia...
O relógio de pêndulo não parou de bater, e o coração bate sem querer!
O cuco continua a gritar, sem parar...
Para ninguém na frente do tempo atravessar!
No relógio do celular, os números não param de mudar...
O tempo não se contém, e ninguém o retém...
É generoso! Passa... para todos, não deixa ninguém para trás...
E o espelho? Ah, este... é testemunha do tempo!
DIVAGANDO, escrito por Hans Christian Wiedemann
Nosso Mente flutua
Em terras longínquas
Procurando distração
Fugindo de si mesmo
Tendo medo de assumir.
Concentração pede energia
Consumindo atenção
Pedindo para focar
Em algo presente
Nem sempre desejado.
Divagar pode ser fuga
Ou mesmo libertação
Permitindo a mente
Encontrar desejos
Para nos nutrir.
Divagar alimenta
Nossa preguiça interna
De pensar na Vida
Sem se preocupar
Com o dia de hoje.
Divagar ilumina
Nossa criatividade
Desenvolvendo na Mente
Figuras coloridas
Nos deixando felizes.
O ESPELHO, escrito por Maria de Lourdes Silveira
Olhando-me no espelho
Achei-me a mulher mais bela
Com meus cabelos brancos
E minhas rugas tão belas.
Mas logo fiquei a pensar
Porque quando donzela
No espelho nunca quis me olhar
Seria por falta de tempo?
Ou por medo da visão
Pois quando jovens
Nunca estamos satisfeitos
Com o que visualizamos.
Mas quando idosos ficamos
nos olhamos diferente
E vemos que a maior beleza
É o que temos dentro da gente.
É PRECISO, escrito por Augusto de Abreu
É preciso construir um novo mundo.
Um mundo em que todos
possam viver sem medo.
Um mundo em que possamos
olhar nos olhos do próximo
e dizer sem constrangimento:
– eu te amo!
– tu és meu irmão!
É necessário construir um mundo novo
onde a liberdade
de pensamento e expressão
tenha lugar garantido
e não tenhamos que nos esconder
por detrás da hipocrisia.
Temos que construir um novo mundo novo
em que todas as oportunidades
sejam colocadas em pé de igualdade
para todos.
É urgente construir um mundo
em que a fraternidade
não seja apenas uma palavra
em seu estado lexical
mas que saia do dicionário
para estar sempre em nosso convívio.
Vamos, temos muito trabalho
a ser realizado,
temos muito que fazer.
Não podemos desanimar,
sigamos com calma,
vamos em ordem
e, assim, chegaremos
no fim de nossa jornada
com a certeza da missão cumprida.
Vamos, me dá tua mão,
vamos de mãos dadas,
sigamos, que o futuro nos espera,
não seremos apenas dois,
mas muitos a construir
um novo mundo novo.
PINTORA DE ALMAS, escrito por Elírio Tejada Franceschi
Boca
Muito louca
Pensamento vazio
No cio
A procura de amor
Imagina um rio
Por todo meu corpo
Andou, passeou
A alma coloriu...
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