Insegurança Alimentar e Covid-19: o Sesc continua junto neste desafio


09/04/2021 - Atualizado em 19/04/2021 - 708 visualizações

Hoje, em meio à pandemia, mais da metade da população brasileira está em algum nível de insegurança alimentar: leve, moderado ou grave. E a insegurança alimentar grave afeta 9% da população, ou seja, 19 milhões de brasileiros estão passando fome. Os dados são do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), como parte do projeto VigiSAN.

A pesquisa, segundo a nutricionista do Mesa Brasil Sesc, Letícia Zago, evidencia a importância de iniciativas como o programa de segurança alimentar e apoio social desenvolvido pelo Sesc, através do programa Mesa Brasil Sesc, que há 18 anos atua no combate à fome e ao desperdício de alimentos em Santa Catarina, e que em 2020, distribuiu 2.853.193 Kg de alimentos, para 540 instituições sociais em Santa Catarina. Através do trabalho, desenvolvido nas sedes em São José, Joinville, Chapecó, Blumenau e Lages, a rede de solidariedade alcançou 60 municípios catarinenses. Em 2020 o Mesa Brasil Sesc-SC foi vencedor do Prêmio Empresa Cidadã ADVB/SC 2020, na categoria Participação Comunitária.

Os resultados – do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil – mostraram que nos meses de setembro, outubro e novembro de 2020, menos da metade dos domicílios brasileiros (44,8%) tinha seus moradores em Segurança Alimentar. Dos demais 55,2% que se encontravam em Insegurança Alimentar, 9% conviviam com a fome, ou seja, estavam em situação de IA grave.

A insegurança hídrica, medida pelo fornecimento irregular ou mesmo falta de água potável, atingiu 40,2% e 38,4% dos domicílios do Nordeste e Norte, respectivamente, percentuais quase três vezes superiores às proporções de inadequação de fornecimento de água das demais regiões. O abastecimento irregular de água e o maior número de pessoas por domicílio são duas condições que aumentam a transmissão pessoa a pessoa do vírus SARS-CoV-2, com o agravante de ocorrerem com maior frequência nos domicílios e nas regiões mais pobres do país.

O inquérito nacional baseou-se em amostra probabilística de 2.180 domicílios, representativa da população geral brasileira, considerando as cinco grandes regiões do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste) e a localização dos domicílios (áreas urbanas e rurais). As entrevistas foram realizadas face a face, no período de 05 a 24 de dezembro de 2020, com moradores de 1.662 domicílios urbanos e 518 domicílios rurais.

As informações coletadas são pertinentes à Segurança Alimentar (SA) e Insegurança Alimentar (IA), medidas por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), em sua versão de oito itens, e relativas a eventos ocorridos nos três meses anteriores à entrevista, exceto quanto às informações sobre emprego, referidas aos últimos 12 meses. A EBIA é uma escala também adotada pelo IBGE para medir a insegurança alimentar da população nos inquéritos nacionais.

Não houve diferença expressiva entre as regiões quanto à escolaridade da pessoa de referência do domicílio, sendo igualmente alta a proporção de indivíduos sem escolaridade ou com fundamental incompleto.

O inquérito também mostrou que a pandemia da Covid-19 afetou negativamente as condições de renda e trabalho da população em todas as regiões do país. Entretanto, nas regiões Norte e Nordeste foram observados os maiores percentuais de perda de emprego, redução dos rendimentos familiares, endividamento e corte nas despesas de itens considerados essenciais: todas essas condições referidas como consequência da pandemia. A perda de emprego de algum morador e o endividamento da família são as duas condições que mais impactaram o acesso aos alimentos no período pesquisado.


Mesa Brasil Sesc


O Mesa Brasil Sesc é uma rede nacional de bancos de alimentos e colheita urbana, que tem como missão “contribuir para a segurança alimentar e nutricional de pessoas em vulnerabilidade social, mediante a distribuição de alimentos doados por parceiros, o desenvolvimento de ações educativas e a promoção da solidariedade social em todo o país”.

Desde 2003, o programa arrecada alimentos excedentes ou fora dos padrões de comercialização, mas ainda próprios para consumo em parceiros doadores, e entrega em instituições sociais sem fins lucrativos, combatendo o desperdício de alimentos e contribuindo para a cidadania, sustentabilidade e realização do Direito Humano à Alimentação Adequada.

De janeiro a março de 2021, o programa distribuiu 781.347 Kg de alimentos, doados por 249 parceiras, beneficiando 62.877 pessoas, atendidas por 400 instituições sociais em Santa Catarina, em 59 cidades catarinenses, e desenvolveram 16 ações educativas. Através do trabalho, desenvolvido nas sedes em São José, Joinville, Chapecó, Blumenau e Lages, a rede de solidariedade alcançou 60 municípios catarinenses. Em 2020 o Mesa Brasil Sesc-SC foi vencedor do Prêmio Empresa Cidadã ADVB/SC 2020, na categoria Participação Comunitária.

O programa é certificado pela Global Foodbanking Network (GFN), órgão internacional que apoia bancos de alimentos em todo o mundo. As ações desenvolvidas estão alinhadas aos ODS: 2 (Fome zero e agricultura sustentável), 12 (Consumo e produção responsáveis) e 17 (Parcerias e meios de implementação).

Para saber mais entre em contato com o Mesa Brasil Sesc-SC através do número: 0800 643 43 63.



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