Mês de reflexões e ações sobre a violência contra pessoa idosa
Existem várias formas de praticar a violência, entre elas, o preconceito por idade (idadismo, ageismo ou etarismo), o abandono, a negligência, a violência física, psicológica moral, institucional, sexual, patrimonial e financeira.
Segundo dados do Disque 100, nos primeiros cinco meses de 2023, receberam mais de 47 mil denúncias que apontam para cerca de 282 mil violações de direitos contra pessoas idosas. Esses dados representam um aumento 57% nas denúncias e de 87% nos registros de violações de direitos. Os dados são do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
Por isso, o Junho Violeta tem como objetivo valorizar o processo de envelhecimento e fortalecer as redes de apoio para promover o exercício coletivo do cuidado e da segurança nas relações cotidianas.
Além do mês de reflexões e conscientização, na próxima quinta-feira, 15 de junho, é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência Contra a Pessoa Idosa. A data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa no ano 2006, visa chamar a atenção para a existência de violações dos direitos dos idosos e divulgar formas de denunciá-las e combatê-las. E também alertar para a responsabilidade de cada um na construção de uma sociedade, que respeite e garanta os direitos desse público.
Atividades do Sesc-SC durante Junho Violeta
Pioneirismo no Trabalho Social com Idosos
Pioneiro no Trabalho Social com Idosos (TSI), o Sesc atua fortemente em prol do protagonismo e autonomia dos 60+, com atividades que visam proporcionar espaços de integração, desenvolvimento de novas habilidades e reflexão sobre envelhecimento.
Há mais de 60 anos (completados em 2023) o Sesc promove ações que buscam socializá-los, trabalhando numa perspectiva de intergeracionalidade, de educação ao longo da vida e na garantia dos direitos da pessoa idosa, contribuindo para o envelhecimento ativo e saudável.
Colaboração: Cristiani Jacobus Vieira, Analista de Programação Social da Gerência de Saúde e Assistência do Sesc-SC
Você sabe identificar um episódio de violência?
Etarismo/Idadismo/Ageísmo
Definido como a discriminação, o preconceito e a aversão contra pessoas por conta de sua idade avançada. Usar o termo ‘velho’ como algo pejorativo e fazer julgamento de valor ou juízo ao impor limitações sobre o que são ou não atividades para pessoas idosas. É a porta de entrada para outros tipos de agressão e uma forma de violência que contradiz a evolução. Contribui para a exclusão social da população idosa, violando, por consequência, os direitos fundamentais dessas pessoas.
Violência física
A violência física, definida também como abuso físico, caracteriza-se por atos e condutas que acarretam dano à integridade física, causando dor, ferimentos, incapacidade ou até morte. Exemplos comuns: tapas, socos, chutes, beliscões, apertos, puxões de cabelo, mordidas, arranhões, agressões com armas ou outros objetos, produzir queimaduras.
Violência emocional e psicológica
Caracteriza-se por todas as formas de desrespeito, preconceito, discriminação, depreciação, infantilização, rejeição e intimidação cometidas contra a pessoa idosa. Exemplos: xingamento ou gestuais, gritos, piadinhas, com o objetivo de chantagear, debochar, constranger, humilhar, restringir a liberdade de ação e decisão ou isolá-los do convívio social.
Violência Financeira, Econômica e Patrimonial
Consiste na exploração imprópria ou ilegal ou ao uso não consentido de seus recursos financeiros e patrimoniais, seja por ação ou omissão daqueles que deveriam ter o dever legal de zelar pela proteção da pessoa idosa. Outra situação que exemplifica é a aplicação de golpes financeiros de pessoas estranhas ao seu convívio. Mais exemplos: reter cartões magnéticos de conta bancária; apropriar-se de bens e rendimentos; induzir a alterar o seu testamento; instigar a fazer doação.
Negligência/Abandono
Refere-se à recusa ou omissão de cuidados e proteção devidos e necessários à pessoa idosa, por parte dos responsáveis familiares, cuidadores ou de instituições. Envolve a falha no atendimento de necessidades básicas, tais como: alimentação, habitação, higiene, vestimentas e cuidados de saúde. Alguns sinais de negligência: desidratação ou desnutrição; higiene precária; vestuário inapropriado ao clima/ambiente; úlceras de pressão, assaduras ou escoriações; demora em buscar atendimento em saúde quando necessário; e/ou não atendimento às orientações sobre cuidado à pessoa idosa, após repetidas orientações.
Canais de Denúncia
Também podem ser realizadas denúncias:
- Unidades Básicas de Saúde;
- Ministério Público de Santa Catarina;
- Polícia Militar de Santa Catarina (emergências, disque 190)
- Delegacia Geral da Polícia Civil de Santa Catarina Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso – DPCAMIs;
- Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família;
- Conselho Estadual do Idoso Conselhos Municipais do Idoso.
Para mais informações sobre atendimento e encaminhamento da pessoa idosa em situação de violência, acesse o Protocolo do Atendimento ao Idoso Vítima de Violência (PISC).
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