As plantas medicinais vêm sendo utilizadas desde os tempos mais remotos, através de hábitos que transcendem as gerações, sempre há um chazinho para uma dor. Diante desse conhecimento de sabedoria popular convidamos a extensionista social da Epagri de São Miguel do Oeste e também professora de Educação Básica da Escola São Miguel, Leonilda Romani Villani, para apresentar as plantas bioativas no projeto “Conecta 60+” do Sesc São Miguel do Oeste. Mas o que são plantas bioativas?

Conforme Leonilda, “as plantas têm propriedades medicinais positivas sua forma equivocada de uso pode trazer riscos para saúde, inclusive intoxicações”. Apresentando o Confrei (Symphytum officinal), planta de uso externo e que muito foi utilizado em anos anteriores como ingestão do chá, por ele ser um emagrecedor de rápido efeito, porém causando toxidades severas no fígado, a utilização das plantas precisa considerar fontes seguras. Outra grande dica da extensionista é “chá nunca deve dormir”, pois ele perde seus princípios ativos.

De aspecto amarelo claro, a Macela (Achyrocline satureioides), traz em suas propriedades ação antiviral relaxante, tônica, digestiva e expectorante e segundo Leonilda, “esta é uma planta de simplicidade no seu nascimento, não exige nada, apenas um lugar bem ladinho de estrada com pedregulho”. Também muito utilizada para contribuições estomacais a Alcachofra (Cynara scolymus), é capaz de baixar o colesterol, combater a anemia, regular os níveis de açúcar no sangue e combater os gases.

A Melissa (Melissa officinalis), planta muito aromática, deixou o ambiente muito agradável, sua utilização relaxante, ansiolítica e antiespasmódica, nesta mesma harmonização da Melissa, a Calêndula (Calendula officinalis), compartilha de alguns princípios semelhantes, além de antialergênica, anti-inflamatória, protetora e restauradora de tecidos.

Mil em ramas (Achillea millefolium), utilizada como novalgina caseira, para o tratamento de problemas na circulação sanguínea e febre. Apresentando três tipos de Babosa (Aloe vera), seu uso esta muito associado as indústrias de cosméticos, considerando seu potencial, Leonilda cita que o tipo a ser utilizado para ingestão deve ser o que não possui pintas, pois sua toxidade é alta, as demais espécies podem ser utilizadas externamente.

A profissional também apresentou por meio de um vídeo o Horto Medicinal da cidade – ao lado do Centro de Convivência de Idosos, no bairro Agostini. O espaço, coordenado pela extensionista, possui diversas espécies de plantas medicinais, condimentares e aromáticas cultivadas em formato de “Relógio do Corpo Humano”. Ou seja, construído em forma de relógio, onde cada duas horas correspondem a um pedaço do corpo humano e período de maior atividade de cada órgão. Se o horário da 1h às 3h representa o fígado, serão cultivadas neste espaço da horta plantas e ervas que contribuem para o combate a problemas deste órgão, por exemplo. A ferramenta se baseia em um dos princípios da medicina tradicional chinesa e tem como objetivo funcionar com ferramenta para aprendizagem sobre o corpo e benefícios das ervas para a saúde, com a realização de oficinas para escolas, grupos de idosos e demais interessados.

Conectados virtualmente os idosos fizeram muitas contribuições e inserções de várias outras possibilidades. Registraram que o uso em excesso de um mesmo chá poderá não mais causar os benefícios indicados, da importância de sempre dosar a quantidade e das repetições do mesmo.

Colaboração: Adriana Paula Araldi Brustolin, técnica de Assistência e Cultura do Sesc São Miguel do Oeste.