Sesc Comunidade São José oferece serviço de apoio psicopedagógico gratuito


25/08/2021 - Atualizado em 31/08/2021 - 1252 visualizações


Desde 12 de agosto o Sesc Comunidade São José oferece o serviço gratuito de apoio e orientação psicopedagógica. No momento 20 crianças são atendidas, três delas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dois com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), outros cinco em processo avaliativo para diagnóstico e os demais com dificuldades ou atrasos na aprendizagem. O projeto surgiu com o retorno de algumas atividades na quadra comunitária.

Através de uma conversa com a mãe de um aluno do Sesc Comunidade São José, surgiu a proposta e a parceria para o serviço gratuito de apoio e orientação psicopedagógica para orientações de pais e professores, pessoas com dificuldade de aprendizagem, dificuldades comportamentais, déficit de atenção, síndrome de down e outros transtornos. Essa mãe é Vanessa Santos, que passou a atuar de forma voluntária. Ela tem 33 anos, é professora, pedagoga, terapeuta floral e psicopedagoga e viu no trabalho voluntário uma oportunidade de ajudar as crianças em suas dificuldades de aprendizagem sejam elas provocadas por algum transtorno, distúrbio, falta de estímulo ou pela pandemia que afetou de alguma maneira todas as crianças e até mesmo adolescentes e adultos.

“O trabalho psicopedagógico feito é de caráter preventivo e terapêutico. Cada caso será estudado e apresentado às possibilidades de tratamento, as famílias receberão orientação com relatórios conclusivos e indicação para outros profissionais caso seja necessário. Poder fazer algo para ajudar a sanar alguns prejuízos deixados e outros ocasionados pela própria pandemia está sendo um privilégio. Sou grata ao Sesc e as famílias atendidas, por me permitirem vivenciar essa experiência enriquecedora que é o trabalho voluntário”, pontua a profissional Vanessa Santos.

Cleuza, 46 anos, mãe da Paola, 9 anos, sabe bem da importância deste apoio pedagógico na sua vida. “Agradeço ao Sesc e a Vanessa por esse apoio a minha filha e as crianças assistidas por esse projeto. Sei o quanto é importante, pois minha filha tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e ajuda muito no desenvolvimento dela na escola. Quando fiquei desempregada por causa da pandemia e não pude mais pagar seus acompanhamentos eu vi como atrasou ela na escola. É um conjunto de medicação, escola e o acompanhamento psicopedagógico que faz ela se desenvolver melhor no seu dia a dia em todos os sentidos. Ela fica ansiosa para os encontros. Obrigada a todos os envolvidos nesse lindo trabalho, visando melhorar a vida dos nossos pequenos”, declara Cleuza.

“O afastamento da escola teve grande impacto no início escolar da minha filha, dificultando seu processo de alfabetização e também trazendo muitas angústias. Então, vejo nesta oportunidade de atendimento um apoio não somente voltado ao conhecimento escolar, mas, também emocional para minha família! Obrigada Sesc! Obrigada Vanessa, por essa doação de tempo e conhecimento”, comenta Gláucia O. S., 43 anos, mãe da Laura, de 8 anos e cursando o 2º ano escolar.

“Quero agradecer ao Sesc e à psicopedagoga Vanessa, por essa oportunidade que meus filhos estão tendo. Tenho dois filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e esse projeto está sendo fundamental para o desenvolvimento deles, eles estão gostando muito de ir e já conseguimos ver algumas mudanças, mesmo que leves, pois sabemos que é um processo lento”, afirma Evelize L. L. 34 anos, mãe do Yan, 10 anos e Henrique, 4 anos.

Juliana Moraes, 38 anos, mãe do Charles Moraes de S. Wolf, 5 anos, reforça o valor deste trabalho. “É de suma importância o trabalho que a Vanessa, psicopedagoga está fazendo com as crianças que precisam desse suporte psicopedagógico, e ela está sendo impecável, avaliando e ajudando as crianças, trazendo assim mais segurança e confiança às crianças e aos familiares das mesmas que tanto necessitam desse trabalho e dessa avaliação. Nós como pais, avós, não temos palavras para agradecer essa oportunidade de ajudar as nossas crianças a se encontrarem. As crianças comentam como é bom e como a tia Vanessa é legal. Obrigada a todos envolvidos nesse projeto!”, valoriza.

“Só tenho que agradecer a Deus, por ainda existir pessoas como vocês que ainda se importam com o próximo. Obrigada pela parceria Sesc e a Vanessa (psicopedagoga) que de longe sentimos seu carisma e seu trabalho com amor. Só Deus para retribuir esse lindo trabalho!”, opina Andréia Gomes Silva, 38 anos, mãe do Álefe, 8 anos.

“O Renato, adorou muito. Está muito ansioso pela outra consulta, não para de falar! Muito obrigada mesmo! Nunca vi meu filho ficar tão à vontade. Até fiquei emocionada em ver como ele se soltou”, observa Patrícia Aparecida da Silva, 40 anos, mãe do Renato, 10 anos.

Saiba Mais:

Com a pandemia da Covid-19 o mundo mudou drasticamente e consecutivamente as pessoas também tiveram essa mudança significativa em suas vidas. As crianças e os jovens não estavam acostumadas a rotinas de estudos intensas a distância em casa, ambiente no qual priorizavam atividades de descanso e entretenimento. De acordo com o Censo Escolar 2019, entre essas crianças e jovens, incluem-se 1,3 milhões de alunos matriculados nas escolas públicas e privadas possuem algum tipo de deficiência e que com o isolamento social, tiveram o acompanhamento educacional especializado dificultado ou interrompido, prejudicando o seu desenvolvimento. Estima-se que no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas apresentem os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) por exemplo, que afeta diretamente os aspectos da comunicação, interação social e comportamento.

O acompanhamento terapêutico, seja na escola, em clínicas especializadas ou mesmo no lar de uma criança com autismo, deve ser regular e contínuo. Portanto, além dos desafios já existentes na educação de autistas, como a falta de inclusão e preparo das instituições educacionais, a necessidade de distanciamento social em decorrência da pandemia representou uma dificuldade ainda maior para pais e professores.

Além disso, a escola também costuma se apresentar como um lugar seguro para crianças e adolescentes, já que o convívio diário com outros alunos e com os professores permite que sejam observados e identificados possíveis transtornos, mudanças de hábito e comportamento, ou mesmo sinais de maus-tratos, ansiedade ou depressão. Com a necessidade de se realizar o isolamento social, esse convívio foi interrompido, prejudicando essa observação por parte da escola. Esse cenário ficou ainda mais evidente através dos relatos preocupados dos pais ao inscreverem seus filhos nas atividades oferecidas.

A psicopedagogia busca a melhoria das relações com a aprendizagem. Na intervenção psicopedagógica o procedimento adotado visa interferir no processo, aprimorando suas habilidades e superando seus déficits de aprendizagem. O atendimento psicopedagógico é um processo longo que requer paciência para que seja efetivo. É dividido em duas etapas principais, sendo elas, Avaliação e Acompanhamento.

Por isso, ainda que seja bastante desafiador, é essencial ouvir as crianças e os adolescentes, estar aberto ao diálogo, estabelecer uma boa conexão com eles, e, estar atento a qualquer mudança comportamental. “Assim podemos amenizar os impactos do isolamento social e fazer com que esse período não gere ou agrave transtornos nas crianças e adolescentes. Se você notar alguma diferença de comportamento em seu filho ou sua filha, procure ajuda profissional”, comenta Daiany Cariny Oliveira de Lara, analista de programação social do Sesc Comunidade São José.

Segundo relatório do Banco Mundial (fevereiro de 2021), os impactos negativos causados pela pandemia na educação brasileira podem ser graves e duradouros. Dois a cada três alunos brasileiros podem não aprender a ler adequadamente um texto simples aos 10 anos. “Esta é a pior crise na área de educação já vista na região, e estamos preocupados que possa haver consequências graves e duradouras para toda uma geração, especialmente para os setores mais vulneráveis”, comenta Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.

Colaboração: Daiany Cariny Oliveira de Lara, analista de programação social do Sesc Comunidade São José.




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