Uma atividade intergeracional resultou em um “momento precioso” entre os alunos da Escola Sesc Curitibanos e os idosos do Grupati de troca de experiências. Eles passaram, nesta quarta-feira (15/08), uma tarde divertida e de muito aprendizado, conhecendo a história das bonecas abayomi – de origem iorubá, que quer dizer aquele que traz felicidade ou alegria, um encontro precioso abay = encontro e omi = precioso –, e com a confecção de roupas para as bonecas, previamente produzidas pelos alunos de quatro anos da Educação Infantil. Para finalizar, os alunos fizeram uma homenagem musical aos idosos.
Abayomi:
No Brasil, além de nome próprio, designa bonecas de pano artesanais, muito simples, a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura, de tamanho variando de 2 cm a 1,50 m, sempre negras, representando personagens, de circo, da mitologia, orixás, figuras do cotidiano, contos de fada e manifestações folclóricas e culturais.
A boneca foi criada para as crianças, jovens, adultos na época da escravidão. As mulheres negras as confeccionavam com pedaços de suas saias, único pano encontrado nos navios negreiros, para acalmar e trazer alegria para todos. Considerado um amuleto até hoje, essas bonecas, assim como os vodus haitianos, são legados de uma cultura milenar.
A história das bonecas abayomi, começou com Lena Martins, artesã de São Luiz do Maranhão, educadora popular e militante do Movimento de Mulheres Negras, que procurava na arte popular um instrumento de conscientização e sociabilização. Logo, outras mulheres, e várias gerações, vindas de vários movimentos sociais e culturais, aprenderam com ela, juntaram-se e fundaram no Rio de Janeiro a Cooperativa Abayomi, em dezembro de 1988, dando continuidade ao trabalho desde então.
Colaboração: José Greison da Silva Rocha, Sesc Curitibanos.
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