Dica de Leitura: 3 clássicos essenciais, por Manoela Sawitzki


30/05/2018 - Atualizado em 22/11/2021 - 564 visualizações

Pedimos à escritora Manoela Sawitski a indicação de três livros clássicos, que não podem deixar de ser lidos por quem se interessa por literatura. As obras selecionadas foram: Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, A Paixão segundo GH, de Clarice Lispector e Diário de um Ladrão, de Jean Genet. “São três livros que tenho certeza que serão uma boa companhia”, reforça a escritora.

Manoela Sawitzki é uma das selecionadas no edital de Residência Literária do Sesc em Santa Catarina. Nascida no Rio Grande do Sul e residente no Rio de Janeiro, a escritora está em Florianópolis desde o dia 15 de maio, onde permanecerá até 15 de julho para se dedicar exclusivamente à escrita de seu novo romance, Vinco.

Dos livros indicados por Manoela, os títulos Mrs. Dalloway e Diário de um Ladrão estão disponíveis para empréstimo nas Bibliotecas do Sesc em Santa Catarina. Clique aqui e confira o acervo.

A primeira indicação é “Mrs. Dalloway”, de Virginia Woolf. Segundo Manoela, é um livro que inaugurou um estilo que influenciou o século XX e reverbera até hoje na literatura contemporânea. “É um livro escrito por uma mulher, em uma época em que poucas mulheres eram reconhecidas como escritoras, tinham pouco lugar no mercado editorial, um livro incrível e fundamental.”

O segundo título recomendado pela escritora é “A Paixão segundo GH”, de Clarice Lispector: “Um livro bastante conhecido no Brasil mas ainda pouco lido de fato. É um livro extraordinário.”

“O terceiro, é um livro que eu vou chamar de clássico: “Diário de um Ladrão”, de Jean Genet. Foi escrito em um momento que Jean Genet estava preso na França. Ele foi um escritor marginal, também dramaturgo, gay que trabalha bastante a questão gay nos seus livros, e um escritor que desafiou muito o sistema em que ele viveu", explica a escritora.

Conheça a seguir um pouco mais sobre cada uma das obras indicadas:

Mrs. Dalloway é um romance de Virginia Woolf publicado em 1925, que narra um dia na vida de Clarissa Dalloway, uma socialite que vive na Inglaterra pós-Primeira Guerra Mundial. É um dos romances mais famosos de Woolf, em 2002 foi incluído na lista do The Guardian dos 100 melhores livros de todos os tempos, e na eleito pela revista Time um dos 100 melhores livros em inglês escritos desde 1923.

Criado a partir de dois contos, Mrs. Dalloway in Bond Streed e o inacabado The Prime Minister, o romance mostra as preparações de Clarissa para uma festa que ela hospedará nessa noite. Com uma perspectiva interior, a história passa pelo futuro e pelo passado no tempo e dentro e fora da mente dos personagens para construir uma imagem da vida de Clarissa e da sua estrutura social entreguerras.

O enredo trata de uma mulher identificada apenas pelas iniciais G.H., que depois de demitir a empregada e tentar limpar seu quarto, relata a perda da individualidade após ter esmagado uma barata na porta de um guarda-roupa.

No dia seguinte ela narra a própria impotência de escrever o episódio. A história se organiza em capítulos de sequência sistemática - cada um começa com a mesma frase que serve de fechamento ao anterior. A interrupção, assim, é elemento de continuidade, numa representação simbólica do que é a experiência de G.H.

O momento de maior revelação se dá na cena mais famosa de romance. A barata, após perder sua casca, expele a secreção branca que aparece como sua última essência. G.H., então, a come. Estaria aí a renúncia que a personagem faz a seu próprio ser como linguagem, que, logo após o ato, entrega-se ao silêncio. Clarice Lispector faz o uso de metáforas durante todo o livro, conferindo arbitrariedade ao texto. Dessa forma, a obra pode ser interpretada de várias formas diferentes e depende do leitor para definição do seu significado.

Diário de um ladrão é uma autobiografia, lançada em 1949, pelo parisiense Jean Genet (1910-1986). Ele é criado por pais adotivos em uma fazenda, mas um roubo o leva à casa de detenção para menores de Mettray, da qual foge aos vinte e um anos de idade. A partir daí seu legado está definido, pois, um ano depois, passa a adotar o crime.

O ladrão começa a prostituir-se e, passando a integrar o submundo da marginalidade. Poeta, ladrão e pederasta, Jean, revela e mergulha no mundo do sexo, da pederastia, dos cafetões, das prostitutas, dos homossexuais e dos travestis imbuindo-lhes o espírito de heróis.

Mrs Dolloway

A Paixão segundo GH

Diário de um Ladrão

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