Lages, a mais antiga cidade do Planalto Serrano, foi um importante entreposto para os tropeiros que iam do Rio Grande do Sul para São Paulo, no século XVIII. A Educadora, Nanci Alves da Rosa, em sua dissertação de mestrado, “Genealogia da (In) Visibilidade Negra Lageana” propõe uma reflexão sobre a (in) visibilidade do negro serrano catarinense. “É escassa a produção sobre a escravidão negra em Santa Catarina e qual o resultado dela para os descendentes de escravizados”, afirmou a autora.
Para resgatar a memória e dar visibilidade à população negra, o Centro Cultural Vidal Ramos do Sesc, em Lages, recebeu a comunidade para a exposição Viés das Raízes Negras: Memórias da comunidade afrodescendente de São Sebastião da Várzea. A mostra reúne o acervo fotográfico e documental dos moradores da comunidade afrodescendente localizada no município de São Joaquim.
A exposição foi organizada pelo pesquisador Cassiano Suhre, com apoio da curadora Lela Martorano e da assessora, Ana Paula Lemos. Durante a abertura estiveram presentes moradores da localidade de São Sebastião, grupos de estudos e pesquisas étnico-raciais, professores universitários e pesquisadores, além do público em geral. “No contexto histórico cultural e social a exposição Viés das Raízes Negras traz a reflexão através da consciência de pertencimento, identidade e resgate cultural”, explicou o pesquisador, Cassiano Suhre, durante o debate online feito na abertura do evento.
“Este resgate de não “apagamento” da memória torna possível a representatividade, a conscientização e preservação de patrimônio imaterial, todavia existem poucos registros sobre as características culturais e ramificações dos percursos das famílias afrodescendentes, sobretudo nas comunidades de cidades interioranas, em diversas regiões de Santa Catarina, sobretudo no Planalto Serrano”, destacou.
O artista, Cassiano Suhre, reforça que “há um anseio coletivo/subjetivo em cada celebração da comunidade de São Sebastião da Várzea para que as ramificações familiares - que se desenvolveram ao passar dos anos - possam se reconectar entre as gerações e manter viva a sua história através do exercício da memória”. A exposição ficará acessível à visitação do público durante os meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023 de segunda a sexta, das 08h às 22h e, no Sábado, das 9h às 13h.
O quê: Exposição Viés das Raízes Negras: Memórias da Comunidade Afrodescendente de São Sebastião da Várzea
Quando: Dezembro e Janeiro Horário: Seg a Sex 08 às 22h
Onde: Centro Cultural Vidal Ramos Sesc Lages- Rua Vidal Ramos Junior, 152 - Centro
Ingressos: Entrada franca
O artista e organizador da exposição, Cassiano Shure, participou da abertura da exposição para um debate online.
Com a Colaboração de Graziella Coelho e fotos de: Robson Andrade
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