Rede Sesc de Galerias
No dia 13 de setembro (sexta-feira), às 19h, acontece a abertura da exposição "Cidade Fabricada" do artista visual Rogério Negrão, na Galeria de Arte do Sesc Concórdia. Com curadoria de Gleber Pieniz, a mostra apresenta objetos e trabalhos de colagem digital com paisagens ficcionais e ambientes urbanos distópicos criados pela manipulação de fotografias e outras imagens técnicas.
Em "Cidade Fabricada", Rogério Negrão propõe um exercício de reflexão entre o passado e o futuro tendo a cidade de Joinville como objeto, ambiente historicamente construído por ideias e processos materiais, mas também fabricado por tradições, falácias e crenças em sensos comuns que não se confirmam senão como lendas.
A exposição apresenta 20 colagens digitais e um objeto tridimensional como produtos de uma indústria mental puramente fantasiosa que se vale de fotografias, desenhos técnicos, registros de patentes, plantas baixas, mapas e outras imagens documentais manipuladas para forjar paisagens tão familiares quanto irreais e estimular simultaneamente a noção de pertencimento à cidade, mas também a reflexão sobre um lugar estranho mesmo aos seus habitantes.
A visitação é gratuita, de 16/09 a 18/10, de segunda a sexta-feira, das 8h as 18h30, e os agendamentos de grupos para visitas mediadas podem ser feitos pelo fone/whats: (49) 9.9149-6614. O Sesc Concórdia fica na Rua Romano Anselmo, 620 - Centro.
Sobre o artista
Rogério Negrão (Tejupá/SP, 1962) é artista visual e designer de produtos. Desde 2006 trabalha artisticamente com desenhos, vídeos, fotografias, instalações sonoras, colagens digitais e objetos interativos. Participou de mais de 20 exposições em Joinville (Coletiva de Artistas, Salão dos Novos, Artecidade e Out[art]), em Blumenau (Salão Elke Hering), em Chapecó (Panorama), em Florianópolis (Desterro desaterro, MASC 70 anos) e de duas edições do projeto Pretexto do Sesc em Joinville e em Jaraguá do Sul. Entre suas exposições individuais destacam-se "Fronteiras" (2009), "Agoras" (2011) e "Máquinas do abismo" (2016-2017, em Joinville, Chapecó e Florianópolis).
Texto curatorial
Há tempos Rogério Negrão se dedica ao projeto de improbabilidades, senão à própria construção do impossível: suas máquinas de sonho e seus dispositivos de eficiente inutilidade servem antes à utopia poética do que aos pretextos vulgares do uso e da função. Como artista, saqueia sua formação de designer e a coloca a serviço de um pensamento tão fantástico quanto subversivo, indústria puramente mental que, na exposição Cidade Fabricada, reinventa a linha de produção, o espaço urbano e a paisagem que se estende além dele.
Os trabalhos apresentados por Negrão revelam a urbe como um vácuo performativo preenchido pela imaginação, lugar onde estruturas narrativas contraditórias emergem de uma aparente neutralidade e se consolidam como verdade à medida que vão sendo esquematizadas como formas de planejamento e de controle. Neste silêncio de caleidoscópio, uma sucessão de cores artificiais, ambientes simulados e imagens manipuladas sugere sentidos tão desconcertantes quanto mais objetivas forem suas origens: desenhos técnicos, registros de patentes, plantas baixas, mapas em escala e fotografias de paisagens familiares colocam o olho e a consciência em deslocamento, em incessante movimento entre a certeza e o perigo, entre a rotina e o pesadelo, entre o delírio cartesiano e a lógica ficcional.
Inóspita como imagem, a arte de Negrão tensiona um arco que parte de da Vinci, se distende até um pouco mais além de Cronenberg, arrasta Warhol e Lygia Clark em sua elegante parábola e, neste trajeto, restitui ao público a imprescindível tarefa de povoá-la. Cada um de seus trabalhos nos propõe um tempo presente suspenso em lugares de ilusória comodidade, espaços distópico-disfuncionais entre um passado de signos nostálgicos e um futuro de opacidade atmosférica que devem ser preenchidos com medidas muito particulares de razão, de senso crítico e de sensibilidade para que possam, enfim, não apenas serem chamados de cidade, mas principalmente darem lugar à cidadania.
GLEBER PIENIZ
curador, jornalista, coordenador do Laboratório de Arte
Sobre o Sesc-SC
O Serviço Social do Comércio (Sesc) é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que integra o Sistema Fecomércio, Sesc e Senac - sob a presidência do empresário Hélio Dagnoni. Desde 1946, o Sesc transforma para melhor a vida de milhares de catarinenses, se destacando pelo caráter social e atuação em todo o país.
O conjunto de iniciativas ao longo destas sete décadas e meia representa o efetivo empenho dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo em prol da missão da Instituição de: "promover ações socioeducativas que contribuam para o bem-estar social e a qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, de seus familiares e da comunidade, para uma sociedade justa e democrática".
Entre as principais atribuições do Sesc estão o planejamento e a execução de ações marcadas pela excelência nas áreas de Educação, Saúde, Cultura, Lazer e Assistência, com vasta oferta de eventos e serviços. A Instituição está presente em todas as regiões do Estado, com 32 unidades operacionais, três meios de hospedagem e nove quadras do projeto Sesc Comunidade, além das redes de escolas, restaurantes, clínicas, teatros, bibliotecas, academias entre outros espaços, onde realiza suas ações.
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Contraturno escolar, Educação de Jovens e Adultos, Pré-vestibular, atividades de saúde preventiva, de incentivo à prática de atividades físicas e esporte, Odontologia, Nutrição, Cinema, Teatro, Música, Artes Visuais, Dança, Desenvolvimento Comunitário, Trabalho Social com Idosos, Trabalho com Grupos compõem o amplo leque de atividades que o Sesc oferece aos trabalhadores do comércio de bens, serviços, turismo, seus familiares e à comunidade em geral. São ações que favorecem crianças, jovens, adultos e idosos e provocam reais transformações em suas vidas.
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