O circuito da Mostra EmCenaCatarina Sesc 2017 encerra neste mês em Florianópolis, com apresentações gratuitas de espetáculos selecionados para o projeto: a peça teatral “A Luva e a Pedra” do Teatro em Trâmite, o espetáculo de dança contemporânea “Recluso”, de Elke Siedler e Diogo Vaz Franco, e a performance em dança “O pior de mim”, de Monica Siedler com o artista visual Bruno Bez. Em formato de minifestival, com três dias consecutivos de apresentações seguidas por bate-papo com os artistas, a programação acontece nos dias 28, 29 e 30/09, às 20h, no Teatro Sesc Prainha, em Florianópolis (Trav. Syriaco Atherino, 100 - centro). O projeto passa por 25 cidades, desde abril, totalizando 75 apresentações e debates, atividades que alcançaram até o momento aproximadamente 4.819 pessoas.
Há 17 anos na estrada, o EmCenaCatarina é o maior projeto de circulação de espetáculos de artes cênicas Santa Catarina, que fomenta e valoriza a cultura local. A cada ano, três grupos de teatro, circo ou dança do Estado são selecionados para compor o circuito, levando gratuitamente um recorte do melhor da produção local na linguagem, para todas as regiões do Estado. Neste ano, a seleção ocorreu via a Plataforma IDCult/Sesc, que recebeu um grande número de propostas culturais, entre os meses de outubro e novembro de 2016.
“Ao longo da história do projeto, o EmCenaCatarina apresentou aos catarinenses muitos espetáculos teatrais, sendo que este ano tivemos o prazer de mostrar ao público um pouco da produção de dança do nosso Estado, que tem crescido em qualidade e se firmado no panorama nacional. Nesta edição, os espaços de debate tiveram um destaque, com um retorno de público super positivo, quantitativo e qualitativo. Percebemos um interesse muito grande na comunidade de dialogar, tanto sobre questões artísticas, quanto questões sociais que os trabalhos despertaram”, declara Maria Teresa Piccoli, gerente de Cultura do Sesc/SC.
O monólogo a “A luva e a pedra”, do Teatro em Trâmite, faz uma reflexão sobre destino e liberdade. Com direção e atuação de André Francisco, a peça conta a história de Nelson Santos e fala da sua memória de uma época passada: o interior da França, onde viveu, seu ambiente, seus valores, anedotas sobre o que aconteceu com ele, deixando-nos conhecer uma série de personagens que influenciaram sua vida, entre eles o André, empresário do boxe que será fundamental para o futuro do Nelson e do resultado da sua história. Após a apresentação acontece o debate “14 anos em Trâmite - história e trajetória do grupo Teatro em Trâmite de Florianópolis”, um bate-papo sobre a montagem da peça “A Luva e a Pedra” e a trajetória do grupo, que se destaca pela relevante pesquisa teatral em Santa Catarina e pelas atividades no espaço cultural Casa Vermelha.
“Recluso” é um solo de dança contemporânea, de Elke Siedler com o bailarino Diogo Vaz Franco, criado a partir de experiências pessoais de dor psicofísica dos artistas do projeto em confluência com a obra “De Profundis”, do escritor britânico Oscar Wilde. A proposta é criar uma ambiência prisional habitada por fluxos contínuos de movimentos enquanto metáfora poética sobre as transformações transitórias da dor, tecidas ao longo de uma temporalidade dilatada no sombrio da existência humana. A apresentação será seguida por uma conversa comandada por Elke Siedler, acerca dos entendimentos contemporâneos de dramaturgia em dança em diálogo com os procedimentos artísticos que perpassaram a composição do espetáculo.
Na performance em dança “O Pior de Mim”, Monica Siedler propõe uma corporalidade de guerra e improvisos, interrogações sobre os limites das relações entre corpo e obra de arte, como elementos jogados em cena e cujo drama gira em torno do que, imagina-se, perpassa o pior de mim. Com imagens videográficas projetadas num telão, manipuladas ao vivo pelo artista visual Bruno Bez, cria-se a relação entre corpo e projeção que conversam entre si e o público. O debate “Criação de si como obra de arte” acontece no final da apresentação, tendo como referência a performance, para refletir e problematizar sobre procedimentos de criação artística no qual artistas partem de sua biografia pessoal para compor dramaturgias para a cena.
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Serviço:
+ https://www.sesc-sc.com.br/projeto/162
28/09 (qui), às 20h, no Teatro Sesc Prainha – A Luva e Pedra
29/09 (sex), às 20h, no Teatro Sesc Prainha – Recluso
30/09 (sáb), às 20h, no Teatro Sesc Prainha – O Pior de Mim
- Após cada apresentação, haverá um debate com o público, mediado por profissional convidado.
O Teatro Sesc Prainha fica na Travessa Syriaco Atherino, 100 – Centro – Florianópolis
Os ingressos gratuitos são distribuídos 1h antes da apresentação e o espaço está sujeito à lotação
Mais informações: (48) 3229-2200
+ Sinopses espetáculos, fichas técnicas e links teasers
Espetáculo: “A Luva e a Pedra”, do Teatro em Trâmite (Florianópolis)
Classificação etária: 12 anos
Sinopse: Nelson Santos é um boxeador que fala da memória de uma época passada, no interior da França, onde viveu. A peça faz uma reflexão sobre destino e liberdade, lançando mão de questões que todos já fizemos um dia: Nós escolhemos nosso futuro? Ou apenas viajamos um caminho já traçado? (Teatro, 55 min)
Ficha Técnica:
Tradução e adaptação de “El Guante y La Piedra” de Quique Fernandez por André Francisco.
Elenco e Direção: André Francisco.
Operação de Luz e Som: Leandro Rovaris
Produção: Teatro em Trâmite
Espetáculo: “Recluso”, de Elke Siedler e Diogo Vaz Franco (Florianópolis)
Vídeo Teaser: https://youtu.be/xnZXV4GnxO4
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: Solo de dança contemporânea criado em confluência com a obra DE PROFUNDIS de Oscar Wilde. A proposta é criar uma ambiência prisional habitada por fluxos contínuos de movimentos enquanto metáfora poética sobre as transformações transitórias da dor, tecidas ao longo de uma temporalidade dilatada. (Duração: 45 min)
Ficha Técnica
Criação: Diogo Vaz Franco e Elke Siedler
Concepção e direção coreográfica: Elke Siedler
Bailarino: Diogo Vaz Franco
Desenho de Luz: Priscila Costa
Operação: Ivo Godois
Trilha Sonora: Davide Nelson de Merra
Espetáculo: “O Pior de Mim”, de Monica Siedler com Bruno Bez (Florianópolis)
Vídeo de uma das performances: https://vimeo.com/188643816
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: Um corpo coletivo em ruínas está defronte aos fracassos de suas ações passadas. É uma dança de comportamentos viciados, um acionamento, algo disparado por outrem, onde a materialidade do corpo conversa com a projeção imagética em uma ambiência de precariedade e transitoriedade. (Duração 35-45 min)
Ficha Técnica
Criação e performer: Monica Siedler
VJ: Bruno Bez
Pesquisa compartilhada com Barbara Biscaro
Música: Hedra Rockenbach
Cenário: Roberto Gorgati
Figurino: Loli Menezes
Design gráfico: Paula Albuquerque
Técnica de Luz e Som: Hedra Rockenbach
Agradecimentos: Elke Siedler, Mariana Coral.
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