Rede Sesc de Bibliotecas celebra um ano do podcast Página Sonora com 100 episódios no ar


02/12/2021 - Atualizado em 03/12/2021 - 475 visualizações

Em circunstâncias de isolamento social, a Rede Sesc de Bibliotecas lançou o podcast Página Sonora em novembro de 2020, com o objetivo de atingir e formar novos leitores através das ferramentas digitais.

Neste mês, o Página Sonora chega à marca de 100 episódios, em 20 temporadas, alcançando mais de 6.700 audições.

O podcast aproxima as pessoas da arte escrita no estado, valoriza e incentiva a produção local, realizando um mapeamento dos artistas que integram a cena literária catarinense. Reconhecem-se o povo e a sua cultura, com suas memórias, narrativas e seu imaginário.

Na medida em que os episódios chegam ao público ouvinte e aos autores contemplados pelas leituras, o acervo de referências literárias aumenta, proliferando essa produção escrita para outros estados e até países, ampliando assim o repertório cultural de leitores e escritores envolvidos no Página Sonora.

Com os 100 episódios, sendo cada um dedicado à leitura de trechos de livro e apresentação da trajetória dos escritores, cria-se um guia da produção literária catarinense destinada ao público adulto, que deve crescer durante 2022, com a continuidade do projeto. O conteúdo, disponibilizado gratuitamente, pode ser utilizado como fonte de informação e fruição por outras bibliotecas, centros culturais, escolas e universidades, como fonte de pesquisa e ponte para expandir o alcance da literatura no nosso estado e fora dele.

É desafiador o processo de curadoria dos textos diante da diversidade de estilos e gêneros literários advindos de todas as regiões de Santa Catarina. Ao mesmo tempo, instiga-se a equipe formada pelos profissionais da Rede de Bibliotecas do Sesc, que exerce mais profundamente sua função como pesquisadores, leitores, curadores e formadores de leitores.

Para os autores e autoras, a experiência de terem seus textos lidos por outras vozes também é gratificante, revelando, na oralidade, as diferentes nuances e sociabilidades de sua criação literária.

E na última temporada de 2021, o Página Sonora lança 5 novos episódios no Spotify, Google podcast, Anchor e YouTube, apresentando aos leitores: "flor.essência", de Denise Patrício (edição da autora), "Isso: Poemas", de Vinícius Alves (Editora Bernúncia), "Geografia Aérea", de Manoel Ricardo de Lima (Editora 7Letras), “Kiwi”, de Pedro Cassel (Garupa Edições), e "A Orquídea, a nuvem, a borboleta: Loïe Fuller e a Serpentine Dance", com organização, tradução e posfácio de Lucila Vilela (Editora Cultura e Barbárie).

Sobre os episódios de dezembro

Denise Patrício

O episódio 96 apresenta quatro poemas do livro "flor.essência", de Denise Patrício, lançado em 2021 por edição da autora.

Relato da autora:

'O livro “flor.essência” traz poemas haicais de um período de imersão que ocorreu no ano de 2016, ano no qual comecei a participar de um programa budista denominado “Retiro Aberto no Cotidiano”. O espírito original da escola Schômon de Bashô é o que prevalece, pois o olhar estava no exercício de ver sem véus, sem romantismo e sentimentalismo que muito aprecia o ego. Traz o retrato daquilo que foi contemplado, sem julgamentos ou opiniões, e muita sintonia com os princípios da simplicidade e da renúncia. Organizei os poemas de maneira que há o fio condutor das estações do ano, e as respectivas transformações nas paisagens em cada ciclo da natureza".


Denise Patrício é de Indaial, Santa Catarina. É formada em Pedagogia e tem pós-graduação em Ensino da Arte pela FURB/Blumenau. Escreveu o livro infantil “Quem já viu um Bugio?” (Editora da FURB, 1999) - Troféu Boi de Mamão, prêmio da Câmara Catarinense do Livro, no ano de 2000. Foi premiada com a publicação do livro “Retratos do Mundo Flutuante”, no Concurso Adair José de Aguiar de fomento à literatura indaialense, em 2016, na categoria contos/crônicas. Recebeu o Prêmio Aldir Blanc de Reconhecimento por Trajetória Cultural no estado de Santa Catarina, em 2020. Propaga a ação criativa e sustentável através do selo independente “um.por.todos” pelo qual publica livros artístico-artesanais, zines, plaquetes e 3 objetos que veiculam a poesia haicai e as crônicas autorais.

Vinícius Alves

O episódio 97 apresenta dois poemas do livro "Isso: Poemas", de Vinícius Alves, lançado em 2014 pela editora Bernúncia.

Relato do autor:

"É difícil. O que dizer de um livro de poemas? Eu já coloquei esse nome para não ter que dizer nada, poesia é “Isso”, o que vem na cabeça da gente no momento. Poema não se explica. E poema que se explica já não é bem um poema. Portanto, “Isso” é isso".

Vinícius Alves nasceu em Florianópolis. É editor e escritor. Publicou os livros “Labirinto”, (Edições Bernúncia), 1985; “Nens nãos quasis” (Editora Semprelo), 1986; “10 hai kais ou aki meu haraquiri”, (Editora Semprelo), 1987; “Coisa”, (Editora Semprelo / FCC), 1987; “Arte em tear” (Letras Contemporâneas), 1992; “+ 12 haikais ou –“ (Bernúncia Editora), 1994; “No chão do chão” (FCC / Oficinas de Arte), 1996; “O corvo, corvos e o 0utro corvo” (Bernúncia Editora / EdUFSC), 2002; “De(z)s O(r)de(n)s ao cupim ou dez hai-kais furados”, 2003 (no livro em homenagem a irmã de Ruth Laus) “A forma no olho”, com Jayro Schmidt e ilustração de Jandira Lorenz (FCC / Oficinas de Arte), 2004; “ETC É TER ÁS” (FCC / Oficinas), 2007; “olho & fôlego” (Bernúncia Editora), 2008 e “Um livro de nonsense”, 2010, tradução de limeriques de Edward Lear. Colaborou no suplemento cultural “Anexo”, do Jornal “A Notícia” por dois anos e meio (1998 – 2001). É diretor da Bernúncia Editora desde 1995. Participou das antologias: “Contos de Carnaval”, publicado pela Editora Garapuvu, de Francisco Pereira, e “Contos de Natal, Editado pela Bernúncia Editora

Lucila Vilela

O episódio 98 apresenta um trecho do lívro "A Orquídea, a nuvem, e borboleta: Loïe Fuller e a Serpentine Dance", com organização, tradução e posfácio de Lucila Vilela, lançado em 2020, pela Editora Cultura e Barbárie.

Relato da autora:

"Quando descobri Loïe Fuller fiquei encantada. Existe algo mágico em sua dança. Ela foi uma multiartista, inovadora no campo da dança moderna, nas experimentações com o cinema, nos figurinos, na iluminação e nos cenários. O movimento com o tecido de seda gigante possibilitava a aparição de imagens. Como pesquisadora nas áreas de artes visuais e dança, fiquei muito interessada em saber mais sobre ela. E foi assim que iniciei minha pesquisa de mestrado na Universidade de Barcelona. Em minha dissertação falei de Loïe Fuller e de trabalhos de arte contemporânea que dialogam com ela. A ideia do livro nasceu de publicar uma parte dessa pesquisa e traduzir um trecho da autobiografia que ela escreveu. A edição primorosa da Cultura e Barbárie contribuiu para que o livro se tornasse um objeto de capricho".


Lucila Vilela é artista e pesquisadora nas áreas de artes visuais e dança. Vive e trabalha em Florianópolis/SC. É professora Adjunta do Departamento de Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina (CEART/UDESC). Doutora em Artes Visuais pela UDESC e Mestre em Estudos Avançados em História da Arte, pela Universidade de Barcelona (2008). Membro da equipe editorial da Revista Digital Interartive, Barcelona, desde 2008. Autora do livro Pá, Pum, em colaboração com Eduardo Jorge (Belo Horizonte: Tipografia do Zé, 2012). Responsável pela tradução e posfácio do livro: “A orquídea, a nuvem, a borboleta, de Loïe Fuller”. Professora de dança contemporânea e realizadora do projeto CASA, de Artes Visuais e Performances, pelo Edital Elisabete Anderle, em Florianópolis (2010) e em Joinville (2014). Curadora das exposições Quadros. Tapeçarias de Cecilia Vilela, Museu da Escola Catarinense, Florianópolis (2019); Longe. Estado Indefinido, de Lela Martorano, Espai Souvenir, Barcelona/Espanha (2018); A originalidade da cópia, Museu Victor Meireles, Florianópolis (2017), Mar de Dentro, de Lela Martorano, pelo Fundo Estadual de Incentivo à Cultura (Funcultural), realizada na Fundação Cultural Badesc, Florianópolis; na Chu Gallery, Cologne/Alemanha e na Galeria Arrabal & Cia, Granada/Espanha (2012) entre outras.

Manoel Ricardo de Lima

O episódio 99 apresenta um poema do livro "Geografia Aérea", de Manoel Ricardo de Lima, lançado em 2014, pela Editora 7Letras.

Relato do Autor:

"'Geografia aérea' é um livro de recomposição imaterial. Os poemas dos 3 livros anteriores - 'Embrulho', 'Falas Inacabadas' e 'Quando todos os acidentes acontecem' - se alteram quase completamente deixando apenas uma pequena mancha de memória do que eram antes. Isto é um procedimento que acompanha todo o trabalho que imagino fazer, por isso também os livros saltam para o espaço, caso do 'Jogo de varetas' e o 'As mãos', que é reescrito a cada edição, já está na terceira. Além dos poemas anteriores, há 7 poemas publicados pela primeira vez que perseguem a 'lâmina' de Herberto Helder o mais perto possível".


Manoel Ricardo de Lima é Professor do Programa de Pós-Graduação em Memória Social - PPGMS, e da Escola de Letras, UNIRIO. Pesquisador CNPq, PQ-2. Publicou, entre outros, “O método da exaustão” [Garupa Edições, 2020], “Pasolini: retratações” [7Letras, 2019, com Davi Pessoa], “Avião de alumínio” [Quelônio, 2018, com Júlia Studart e Mayra Redin], “Maria quer o mundo” [Edições SM, 2015, para crianças], “A forma-formante: ensaios com Joaquim Cardozo” [EdUFSC, 2014], “Geografia Aérea” [7Letras, 2014], Jogo de Varetas [7Letras, 2012], As mãos [7Letras, 2003/2012], “Fazer, lugar: a poesia de Ruy Belo” [Lumme, 2011], “Entre percurso e vanguarda – a poesia de Paulo Leminski” [Annablume, 2002] e “Falas inacabadas” [Tomo, 2000, um livrotransparência, com Elida Tessler]. Coordena a coleção "móbile", de mini-ensaios, desde 2006 [Lumme Editor] e coordenou a edição da poesia completa de Ruy Belo no Brasil [7Letras]. Escreve a coluna "trabalhos no subsolo" para a revista Revestrés.

Pedro Cassel

O episódio 100 apresenta quatro poemas do livro “Kiwi”, de Pedro Cassel, lançado em 2021, pela Garupa Edições.

Relato do autor:

"Escrevi a maior parte dos poemas entre 2019 e 20, tentando continuar uma vibe que já tinha achado pra alguns que fiz em 2017 e 18. quatro anos, então. nele eu revisito e remixo um monte de coisas, de memória de infância a experiência sexual, de livro a mp3 player. gosto da ideia do primeiro livro quase como prestação de contas com o que formou o poeta. mas acho que o kiwi é mais que isso também".


Pedro Cassel nasceu em 1989, em Florianópolis. É poeta e músico. Tem poemas e traduções publicados na Revista Garupa e A Virada. Em dois mil e vinte, lançou seu primeiro disco, chamado “Abrir”. “Kiwi”, lançado pela Garupa Edições em dois mil e vinte e um, é seu primeiro livro. Atualmente mora em Porto Alegre, onde trabalha com música e coordena a oficina “Laboratório continuado de escrita”.


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Página Sonora!

O projeto Página Sonora foi lançado no dia 21 de novembro de 2020, e neste primero ano, destacou criações literárias mais antigas e também a produção contemporânea, realizadas por autores catarinenses ou radicados no Estado. As temporadas contam leituras de poesia, crônica, conto, trechos de romances, novelas e dramaturgia, o que garante ao público ouvinte uma programação com dinamismo e diversidade.

A cada mês são lançados 5 novos episódios, com leituras de trechos dos livros. A narração é realizada por colaboradores de Cultura do Sesc-SC e convidados de outras áreas, com trilhas sonoras criadas por instrutores e alunos dos cursos de música da Instituição. Através de leituras de fragmentos dos textos, o projeto tem o objetivo de despertar o interesse na leitura integral dos livros.

A relevância do Página Sonora foi reconhecida pela ADVB SC com o Prêmio Empresa Cidadã 2021 na categoria desenvolvimento cultural. 



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