No dia 15 de maio, teve início uma nova etapa nas carreiras dos escritores brasileiros Manoela Sawitzki e Diego Callazans. Estes são os dois selecionados no edital de Residência Literária realizado pelo Sesc em Santa Catarina e permanecerão no Estado por dois meses para se dedicarem exclusivamente à escrita de seus novos livros.
A gaúcha Manoela Sawitzki é mestre e doutoranda em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Escritora, roteirista e jornalista, Manoela é autora do romance Nuvens de Magalhães (Mercado Aberto, 2002), da peça Calamidade (Funarte, 2004), e do romance Suíte Dama da Noite (Brasil - Record, 2009; Portugal - Cotovia, 2009; França - Tupi or not Tupi Éditions, 2014). Também participou de cinco antologias de contos, teve contos publicados na Argentina, França e Portugal, foi roteirista da série “Destino SP” (O2 Filmes – HBO), e do telefilme “Minha Mãe”(RBSTV), colaboradora da Revista Bravo! e do jornal O Estado de São Paulo.
Instalada no Hotel Sesc Cacupé, em Florianópolis, durante a Residência Literária Manoela vai dedicar-se ao romance Vinco, uma obra que começou a ser escrita durante o mestrado, e é inspirada na morte de seu pai. “Eu escrevi uma primeira versão da história, e fiquei com o esboço para continuar a desenvolver e depois publicar. O fato é que isso nunca foi possível: aquele momento de parada para realmente mergulhar no livro não aconteceu. E a Residência Literária acabou sendo uma coisa muito promissora nesse sentido. Sair de tudo e só escrever é algo muito precioso”, destaca.
Diego Callazans nasceu em Ilhéus e mora em Aracaju desde 1987. Jornalista e doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe, é autor dos livros A poesia agora é o que me resta (Patuá, 2013) e Nódoa (7 Letras, 2015), além da plaquete Blasfêmias (7 Letras, 2015). Tem poemas incluídos nos livros É agora como nunca: Antologia Incompleta da Poesia Contemporânea Brasileira (Brasil - Companhia das Letras, 2017 e Portugal - Cotovia, 2017) e Naquela Língua: Cem poemas e alguns mais: Antologia da Novíssima Poesia Brasileira (Portugal - Elsinore, 2016).
Na Residência Literária, Diego ficará instalado no Hotel Sesc Blumenau, onde vai trabalhar no seu primeiro romance, Urinol, baseado na obra de arte “Fonte” do francês Marchel Duchamp. “Inicialmente seria um conto, mas eu comecei a expandir, expandir, e quando fiquei sabendo da Residência Literária, pensei que se eu fosse contemplado poderia me dedicar a transformar esse conto em um romance. Um projeto como esse faz muita diferença na carreira de um escritor, só o fato de poder se concentrar para se dedicar exclusivamente ao livro, já faz uma grande diferença”, celebra o escritor.
Além da produção de seus livros, os escritores oferecerão ações literárias durante o período de estada em Santa Catarina. As atividades serão abertas ao público, e serão divulgadas oportunamente no site do Sesc em Santa Catarina (sesc-sc.com.br).
Sobre a Residência Literária do Sesc
Iniciativa pioneira em Santa Catarina, a Residência Literária do Sesc procura suprir uma carência do setor cultural brasileiro, visto que as residências artísticas são amplamente utilizadas no mundo. Oferece a oportunidade para o escritor selecionado morar por um tempo em outra cidade para dedicar-se exclusivamente a sua obra, além de participar das programações da Instituição. Os dois escritores selecionados recebem como prêmio uma bolsa mensal no valor de R$ 5 mil por dois meses, e estadia pelo mesmo período no Hotel Sesc Cacupé, em Florianópolis e no Hotel Sesc Blumenau. Durante a Residência, se dedicarão à produção de sua obra e realizarão as ações literárias propostas durante a inscrição.
Lançado em fevereiro de 2018, o edital da Residência Literária do Sesc recebeu 385 inscrições, entre elas 326 obras validadas. A comissão formada pelos escritores Carlos Henrique Schroeder e Daniel Galera analisou as inscrições durante 23 dias, elegendo os dois vencedores após a escolha de 11 finalistas. O resultado foi divulgado no dia 13 de abril nos canais do Sesc em Santa Catarina. Manoela Sawitzki e Diego Callazans permanecem em Santa Catarina até o dia 15 de julho.
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