Teatro Sesc Lages recebe Sonora Brasil


20/10/2022 - Atualizado em 21/10/2022 - 844 visualizações

O Teatro Sesc Lages recebe, na próxima quarta-feira (26), às 20h, o Sonora Brasil, considerado o maior projeto do país em circulação musical. Após dois anos de exibições online, retoma o formato presencial com apresentações de 37 artistas/grupos locais em 22 estados, além do Distrito Federal.   

O tema da edição 2022 é “Culturas Bantu: afro-sonoridades tradicionais e contemporâneas”. Os bantus (linguagem e cultura dos povos do centro e sudeste africano) têm um papel significativo na formação cultural brasileira e na identidade nacional, seja pelo legado linguístico, pela cultura popular como as artes manuais e culinária, nas práticas agrícolas ou na origem de ritmos e expressões musicais.     Em Santa Catarina, os artistas convidados pelo projeto são Myriam  Mwewa, Marissol Mwaba e François Muleka, mãe e filhos. 

O trio, de origem congolesa, foi formado especialmente para o Sonora Brasil e faz uma apresentação inédita que reúne composições autorais, releituras de canções africanas que fazem parte de sua história e um delicioso bate papo carregado de afetos e memórias.  Mwewa, nascida na República Democrática do Congo, com seu amor pela música, foi fonte de muitas referências para François e Marissol, artistas com carreiras consistentes atravessadas por todas essas influências, assim como pelas músicas do contexto Brasil, país de nascimento dos dois. No repertório, canções interpretadas em duas línguas bantu: Lingala e Swahili, além do Português. 

O público terá a chance de fazer uma viagem rítmica transitando entre a rumba e o mambo do Les Bantous de la Capitale e o romantismo do paraibano, Chico César, que não se cansa de tecer elogios à caçula do trio, Marissol Mwaba, cantora e compositora consagrada e reconhecida por Gilberto Gil, Rael, Emicida, Luedgi Luna, Mariana Aydar, Rashid e Drik Barbosa.      

François Muleka, que além de compor, cantar, ser multi-instrumentista e arranjador, ainda atua como artista visual. Figura ímpar na cena musical independente, transitando entre Santa Catarina e São Paulo, já se apresentou em grandes eventos como o Rock in Rio. Com quatro álbuns no currículo, já colaborou com artistas como Chico César, Luedji Luna, Alpha Petulay, Alegre Corrêa, Filó Machado, O Teatro Mágico, Luciana Melo, Paulo Calasans e Ana Paula da Silva.     

Os ingressos para o show são gratuitos e podem ser retirados, na portaria do Teatro Sesc Lages, uma hora antes do espetáculo.  


Conheça os artistas

Marissol Mwaba 

Depois de colaborar com artistas e produções importantes do rap nacional, como Emicida e Rincon Sapiência, a cantora e compositora de origem congolesa Marissol Mwaba iniciou um novo momento em sua carreira.  Em junho de 2021, mergulhou a potência de sua voz cristalina no R&B em um flerte mais direto com o hip hop e deu início ao projeto do EP "NDEKE", com o lançamento de "Chupando Versos” (feat Linn da Quebrada, Drik Barbosa, François Muleka e beats de Lucs Romero). Depois lançou "MARTE”, segundo single do EP com participação de Tuyo e produção musical de Mônica Agena.  O EP "NDEKE" - referência à fênix, que significa pássaro em Swahili, língua de origem congolesa - foi lançado no dia 28 de julho e contou com a faixa inédita "Parece Azul” (feat. Iuri Rio Branco e Fábio Smeilli).  

Myriam  Mwewa 

Mwewa é Cantora-Compositora, Intérprete, Doutoranda em Tradução, Embaixadora Universal da Paz e Dançarina. Subiu no palco pela primeira vez aos 12 anos com o Coral "Tuimbila" do Instituto Marie José de Lubumbashi na RDCongo. Continuou desenvolvendo a voz em corais e em casa.  No Brasil, participou com Muleka Ditoka wa Kalenga de várias composições e do grupo Zaire Afro Banguê com um registro de várias apresentações no Brasil SP/Rio e BSB e uma faixa num LP. Hoje, além de suas atividades pela paz e de seu doutorado, é atuante na área de empresariado e administração de empresas artísticas.

François Muleka

François Muleka  Figura ímpar na cena musical independente, François Muleka atua como artista visual, cantautor, multi-instrumentista e já lançou um EP e 5 discos autorais. Assinou como arranjador dos violões do álbum Um Corpo no Mundo (2017), de Luedji Luna, e participou dos arranjos vocais do disco O Amor é Um Ato Revolucionário (2019), de Chico César, assinados por Marissol Mwaba. Em 2020 lançou o EP "OVO", os clipes "Um Segundo”, "Desempenho” e o álbum "Algorítmico” em parceria com o percussionista Kabé Pinheiro.  No mesmo ano, Luedji Luna lançou seu segundo disco (indicado ao Grammy Latino 2021) que conta com duas canções em parceria com François: "Bom Mesmo é Estar Debaixo D'água" e "Chororô”.

Galeria de imagens

A sessão de fotos para a o Projeto Sonora Brasil em Santa Catarina foi feita nos  casarios de Santo Antônio de Lisboa, bairro de colonização açoriana de Florianópolis. O fotógrafo, Matheus Trindade, conseguiu captar a forte conexão da família de artistas, sincronia no palco e na vida.

  François Muleka, Myriam Mwewa e Marissol Mwaba. Foto de Trindadead (Matheus Trindade).

Sonora Brasil 2022: afro-sonoridades tradicionais e contemporâneas

A edição 2022 do projeto Sonora Brasil  traz com tema Culturas Bantu: afro-sonoridades tradicionais e contemporâneas, e destaca a contribuição dos povos de línguas bantu para música brasileira. O termo abrasileirado, banto, diz respeito à unidade linguístico cultural de diversos povos da África negra, e engloba cerca de 400 subgrupos étnicos. Este ano, o projeto retoma o formato presencial, com apresentações realizadas por grupos locais, em um total de 28 artistas e grupos musicais de 23 estados brasileiros e Distrito Federal.   Criado em 1998, o Sonora Brasil é parte integrante da proposta de desenvolvimento cultural e artístico promovida pelo Sesc. Considerado o maior projeto de circulação musical do país, o Sonora Brasil mantém ao longo desses anos a sua proposta de valorização, preservação e difusão do patrimônio cultural-brasileiro, através de apresentações musicais diferenciadas, acústicas e contextualizadas. O projeto incentiva desde manifestações culturais de territórios isolados até novas experiências de fruição de expressões sonoras e musicais, aproximando o público do fazer musical em uma perspectiva ampla e das pluralidades que constituem identidades e diferenças étnico-culturais no Brasil. 

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