Artigo: "A importância do Dia da Água e os rios voadores”


27/03/2018 - Atualizado em 06/04/2018 - 754 visualizações

No Dia Mundial da Água, a equipe da Sala de Ciências do Sesc em Joinville desenvolveu um experimento para sensibilizar os frequentadores do Restaurante da Unidade. Expondo uma experiência prática e vídeos e vídeos educativos, a equipe chamou a atenção dos clientes para a importância da economia de água, utilização consciente e formas de evitar o desperdício. Os clientes tiveram a oportunidade de observar um experimento, interagir, questionar e conhecer mais formas de conservação deste recurso. Além disso, a Sala de Ciências mais uma vez contribuiu para a aproximação do público com a ciência ambiental. Como parte da ação, elaboraram o artigo a seguir, que aborda o tema dos “rios voadores” e a importância da preservação das florestas, em especial a Amazônia, para a abundância dos recursos hídricos no Brasil.

Artigo: "A importância do Dia Mundial da Água"

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. Neste dia a cada ano, um tema relacionado a este importante recurso natural é escolhido para ser discutido. A preocupação da ONU em relação à água é justificável já que dos dois terços da água dos quais a Terra é formada, somente cerca de 0,008 %, do total do nosso planeta é potável (própria para o consumo).

Foi também no dia 22 de março de 1992, que a ONU divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”. Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Declaração Universal dos Direitos da Água
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Os cursos de água atmosférica formados por uma massa de ar carregada de vapor de água e que são carregados pelas correntes aéreas recebem o nome de rios voadores. São essas correntes de ar que carregam a umidade da bacia da Amazônia para outras regiões do Brasil, que em condições meteorológicas propícias, como uma frente fria, se transforma em chuva. Sendo assim compreende-se que os chamados “rios voadores” são fluxos aéreos de água sob a forma de vapor, alimentadas pela umidade que se evapora na Amazônia.

A Floresta Amazônica é de suma importância: através da “evapotranspiração” das árvores sob o sol tropical, a floresta funciona como uma bomba d'àgua, que puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo Oceano Atlântico com ajuda dos ventos alísios (ventos que sopram constantemente durante o mês, levando a massa de ar de alta pressão nos trópicos, para zonas de baixa pressão no Equador e geram um ciclo de ventos úmidos que provocam chuvas onde se encontram).

A quantidade de vapor de água evaporada pelas árvores da floresta amazônica é alta, capaz de transportar mais água do que o Rio Amazonas. Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) mostrou que uma árvore com copa de dez metros de diâmetro é capaz de bombear cerca de 300 litros de água, em forma de vapor, em um dia. Na Amazônia estima-se que haja 600 bilhões de árvores, então a quantidade de água bombeada a cada de 24 horas é enorme.

No Brasil os rios voadores promovidos pela massa de ar advinda do Oceano Atlântico e pela evapotranspiração das árvores da floresta se formam na bacia da Amazônia e vão em direção ao Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, ou seja, são eles os responsáveis por boa parte das chuvas dessas regiões. Pois no Oeste da Amazônia, as montanhas das Cordilheiras dos Andes não deixam as nuvens passar, sendo assim os rios voadores seguem para outros cantos do Brasil e da América do Sul, causando chuvas por mais de três mil quilômetros de distância.

De acordo com Antonio Nobre (pesquisador do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), um rio voador ao se encontrar com as Cordilheiras dos Andes, adquire uma maior velocidade em seu núcleo de jato mais baixo. Isso significa que passa a transportar uma maior quantidade de umidade mais rapidamente, e assim faz uma curva para o sudeste e chega à bacia do Rio da Prata, ocasionando chuvas locais.

As chuvas são de extrema importância para a vida de uma população, bem-estar e economia de um país, pois irrigam lavouras, enchem os rios terrestres e as represas que fornecem energia, no caso do Brasil principalmente.

De acordo com o Inpe desde 2008 o índice de desmatamento é cada vez maior. Ainda não existem dados que demonstrem o efeito do desmatamento sobre os rios voadores. O que se percebe são as fortes chuvas concentradas em alguns dias no sul do Brasil, norte da Argentina e Uruguai. Motivo de grande preocupação é a ocorrência de chuvas de grande intensidade em regiões vulneráveis como São Paulo e Rio de Janeiro, aumentanto o risco de desastres naturais.

REFERÊNCIAS

http://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41118902
https://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_mundial_da_agua.htm

(Colaboração Ana Cristina Rathunde e equipe da Sala de Ciências do Sesc em Joinville)




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