O ato de brincar pode ser utilizado como uma forma de expressão do ser humano. Sendo assim, é também um jeito de existir e de descobrir o mundo através do toque e da imaginação, em que é possível “vivenciar o brincar”. Isso significa experimentar este mundo e por isso, brincar é um instrumento de sobrevivência e também propulsor do conhecimento. Portanto, brincar é “coisa séria” no que se refere à sua importância para a educação.
Neste contexto, a equipe de Educação Infantil do Sesc em Concórdia desenvolveu um estudo mais aprofundado sobre como criar diferentes formas de brincar no processo ensino aprendizagem dos alunos de 02 a 05 anos. Este estudo foi apresentado na reunião de pais em março, citando que neste ano seria feito uma revisão do “brincar com brinquedo pronto” e aplicação de novas formas de brincar apoiadas na criação do próprio brinquedo. A partir disso, seria verificada a evolução das crianças com este novo método.
Dessa maneira, com o engajamento da família, as professoras realizaram atividades utilizando materiais alternativos como panelas, caixas vazias, carretéis e bobinas. A dinâmica foi ofertar tais materiais para que aos poucos os alunos se envolvessem e criassem novos brinquedos e brincadeiras.
Durante as atividades foi possível perceber que não houve nenhum estranhamento por parte dos alunos. Pelo contrário, todos se entregaram ao material e se familiarizaram com o que foi proposto, explorando um mundo de fantasias, ludicidade e faz de conta. Nas mãos das crianças as panelas e caixas viram vários brinquedos ao mesmo tempo. Isso mostra que as possibilidades das crianças vão além do que simplesmente oferecer um brinquedo pronto e muitas vezes, de alto valor agregado, que a mídia induz a adquirir para nossos alunos e filhos.
Esse processo nos faz refletir sobre a relação das crianças com o aprender e o brincar. Muitas vezes percebemos que elas trazem para o momento da brincadeira o conteúdo que foi aprendido em sala de aula. Isso sustenta a idéia de que “brincar é algo sério” no sentido da grande importância que tem para construção do conhecimento.
”Brincar cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. A criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário... É como se ela fosse maior do que é na realidade. Como foco de uma lente de aumento, o brincar contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento”. VYGOTSKY, 2007.
Colaboração: Arlete de Avila, técnica de Educação Infantil do Sesc em Concórdia.
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