Canoa de Garapuvu esculpida no Hotel Sesc Cacupé é batizada e segue seu destino rumo ao mar


19/10/2021 - Atualizado em 21/10/2021 - 1414 visualizações

Com uma forte atuação na área de educação ambiental, o Hotel Sesc Cacupé apresenta o resultado de um projeto de valorização da cultura local, que resgatou a tradição açoriana de esculpir canoa de Garapuvu. A partir de um pedaço da árvore símbolo de Florianópolis que foi derrubada pelo ciclone Bomba no final de junho do ano passado, o músico, pescador e canoeiro Nilo Sergio Conceição, o seu Nilêra construiu a canoa de um pau só, a convite da equipe do Sesc.

A atividade virou atração para os visitantes e hóspedes, em sua maioria de outras regiões do Brasil, ávidos por conhecer as histórias, através dessa vivência prática. O público também pode acompanhar o processo de construção da embarcação pelo Blog Sesc-SC e redes sociais.

Após um ano, a embarcação está pronta! Nesta segunda-feira, 18 de outubro, a canoa de Garapuvu foi batizada nas águas da praia de Cacupé, em frente ao Hotel, e seguiu o seu destino: o mar e a pesca.

O colaborador Renato Barreto Barbosa Trivella, da área de Educação Ambiental do Hotel Sesc Cacupé, conta como foi esse momento:

Entre Covids e Canoa...

Nesse curioso ano entre 2020 e 2021, onde a morte e a vida se entrelaçaram de uma maneira intensa, o trecho do poema Garapuvu, de Amaro Costa “morres na terra, nasces pro mar”, resume bem o dia de hoje, 18 de outubro de 2021, dia do batismo da FortaLeza.

FortaLeza nasce de uma árvore que caiu em 2020, foi esculpida pelas mãos do seu Nilêra e hoje nasce como canoa, sobre rezas e benzeduras, lavada pela chuva e banhada pelo mar, segue seu trajeto soprada pelos ventos em suas velas, até o rancho de pesca em Santo Antônio de Lisboa.

Segundo seu Nilêra conta, as canoas antigas geralmente recebiam o nome de mulheres importantes na comunidade: uma professora, uma benzedeira, uma parteira, alguma liderança. Essa canoa recebe o nome de FortaLeza, uma homenagem à sua mãe, conhecida como dona Lêza, uma mulher com muita força, que veio a falecer ao longo do processo de construção da canoa.

O fechamento desse trabalho, simbolizado pelo batizado da canoa nos traz, não apenas o resultado material da canoa propriamente dita, mas sim o contato com todo o patrimônio imaterial envolvido no saber e paixão desse artista que reflete a história de uma comunidade, de um povo, de uma cidade.

A FortaLeza é a expressão da resistência de uma cultura que está se perdendo, se transformando. Que possamos contribuir para perpetuar e difundir a existência dessa cultura e que a FortaLeza tenha uma vida longa e traga muita fartura de pesca para o s. Nilêra!! 


*Garapuvu. Poema de Amaro Costa do livro Nilêra – Caravana do Passado/Nilinho Adriano – Florianópolis, 2019. 47 p. : Il.

Árvore Garapuvu

O Garapuvu é protegido por lei e não pode ser derrubado sem autorização dos órgãos ambientais. O tronco que caiu no Hotel Sesc Cacupé devido à força dos ventos do ciclone foi preservado e a equipe de educação ambiental do Sesc contatou integrantes da comunidade local, que vistoriaram o material e se interessaram na confecção da canoa.

Confira alguns registros do processo de construção da canoa:

Tronco da árvore derrubada pelo Ciclone Bomba de junho de 2020.

Do garapuvu que caiu, começa a nascer uma canoa de um pau só.

Nilêra trabalhando com garapuvu florido ao fundo.

A proa que surge, lascas de madeira ao redor.

O processo de construção vira atração e é acompanhado por hóspedes e vistantes.

Uma equipe da NSC TV / Globo também registra essa tradição da cultura local, que em breve será apresentada ao Brasil. 

O canoeiro orgulhoso do seu trabalho. 

Na reta final, começa a pintura. 

Além de cor, a canoa ganha um nome em homenagem à mãe do seu criador.

A FortaLeza é a expressão da resistência de uma cultura.

A canoa pronta fica exposta no Hotel Sesc Cacupé por alguns dias, antes de seguir seu rumo. 

Equipe do Hotel prestigia a embarcação.

O fechamento do trabalho, simbolizado pelo batizado

FortaLeza nasce como canoa, sobre rezas e benzeduras.

Lavada pela chuva e banhada pelo mar segue seu caminho.

Enfim, chega ao rancho de pesca em Santo Antônio de Lisboa, sua nova casa.


Colaboração: Renato Barreto Barbosa Trivella, Educação Ambiental do Hotel Sesc Cacupé (Florianópolis).

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