Canoa de Garapuvu ganha forma no Hotel Sesc Cacupé


11/11/2020 - Atualizado em 11/11/2020 - 944 visualizações

Conforme já noticiado aqui no Blog (clique aqui para conferir post anterior), com a passagem do Ciclone Bomba por Santa Catarina, registrado em 30 de junho de 2020, ocorreu a queda de um Garapuvu, árvore símbolo de Florianópolis, em área do Hotel Sesc Cacupé. O tronco, derrubado devido à força dos ventos, foi preservado e a equipe de educação ambiental do Sesc convidou o músico, pescador e canoeiro Nilo Sergio Conceição, conhecido como Nilêra, para esculpir a canoa, em um resgate dessa tradição açoriana.

Confira abaixo o relato poético do colaborador Renato Barreto Barbosa Trivella, da área de Educação Ambiental do Hotel Sesc Cacupé.

“De origem indígena, o nome Garapuvu, é interpretado como ‘canoa que brota do chão’, ou ‘tronco de fazer canoa’. Com sua exuberante copa de flores amarelas, que florescem nessa época do ano (outubro), é possível avistar de longe nas matas dos morros de Florianópolis, o poder de sua beleza. Não é diferente na estrada que leva até ao Hotel Sesc Cacupé, onde suas flores, colorem o chão de quem passa pelo local.

Assim como seu rápido desenvolvimento, marcado pelas sementes que brotam ao redor da árvore e, dia após dia se esticam, até atingirem o porte majestoso da vida adulta, a canoa de garapuvu, é esculpida golpe após golpe. Entre machados e enxós, ferramentas utilizadas para sua confecção, a canoa ganha forma. Suas primeiras curvas evidenciam popa e proa. Ao redor do tronco esculpido, retalhos de madeira que mostram cada investida do artesão na busca de finalizar o seu trabalho, a canoa de um pau só”.

A atividade virou atração também para os hóspedes, em sua maioria de outras regiões do Brasil, ávidos por conhecer as histórias e a cultura local através dessa vivência prática.

Para conhecer esse trabalho, e outros de educação ambiental realizados no Hotel Sesc Cacupé, agende sua visita: renato.10440@sesc-sc.com.br.

Árvore símbolo de Florianópolis, a espécie foi utilizada durante muitos anos para a confecção de canoas, desde os indígenas que habitavam a Ilha, e depois pelos imigrantes açorianos que colonizaram o município durante o século XVIII. O tronco da árvore é esculpido, até originar uma canoa, chamada de canoa de um pau só. Pode ser conduzida por remos, ou até mesmo a vela.

Com o passar dos anos, essas canoas foram gradativamente substituídas por embarcações mais modernas, que utilizam tábuas, ou até mesmo por outros materiais. A arte também foi se perdendo, restando alguns poucos artesãos que se aventuram nessa empreitada, repleta de técnicas e saberes.

O Garapuvu é protegido por lei e não pode ser derrubado sem autorização dos órgãos ambientais.



Primeiros traços da proa

Nilêra trabalhando com garapuvu florido ao fundo

Dia de trabalho, popa da canoa

A proa que surge, lascas de madeira ao redor.

Família visita o local da canoa.

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