Os anos 1980 ficaram conhecidos como a “década perdida”: recessão, queda do Produto Interno Bruto (PIB), desemprego e inflação crescentes. Mobilizações sindicais pipocavam e o movimento “Diretas Já” tomou o país, mas foi derrotado pelo Congresso Nacional. Tancredo Neves, o último presidente eleito pelo Colégio Eleitoral, adoece e morre antes de subir a rampa do Palácio do Planalto. É empossado o vice-presidente eleito, José Sarney, e o processo de retorno para a democracia segue seu rumo. Plano Cruzado, novas moedas e Constituição. A experiência do Sesc em adaptar-se às muitas mudanças no país foi testada mais uma vez. Para uma população que, naquele momento, depositava todas as esperanças em um futuro melhor, nada como oferecer um acesso democrático e qualificado à cultura. Compromisso assumido e cumprido pelo Sesc.
A população brasileira tentava digerir as tantas mudanças que ocorriam à sua volta. Entre os comerciários, em especial, era evidente a falta de um acesso qualificado a iniciativas culturais. Prontamente, o Sesc dedicouse a elaborar programações que abrissem espaço a talentos iniciantes e a produções regionais. Surgem diversos projetos dedicados a teatro, cinema, artes plásticas, música e literatura. Essa abertura também integra o acesso à promoção da cultura internacional.
Guardião da Cultura
A mentalidade do Sesc era de que o Brasil precisava conhecer suas riquezas culturais e principalmente aprender a respeitá-las e a ter orgulho delas. Aos Departamentos Regionais, como o sediado em Florianópolis, foi dado o papel de uma espécie de guardião da preservação das formas de expressão populares. E isso contribuiu para que o Sesc virasse referência em apoio à cultura.
(Foto: A rede de bibliotecas do Sesc cresce e o Centro de Atividades em Joinville passa a realizar feiras de livros.)
(Foto: O núcleo de artesanato expõe trabalhos oriundos das aulas de capacitação oferecidas pelo Centro de Atividades em Itajaí.)
Seguindo o modelo do Sesc no Rio Grande do Sul, adotou-se primeiramente em Florianópolis a biblioteca volante: caixas de aço, recheadas de títulos de acordo com o gosto e a necessidade do público a ser atendido. Na Capital, eram enviadas a empresas como Koerich, Modelar, Hermes Macedo e Pereira Oliveira. A comunidade também participava do projeto com a doação de livros.
Atendimento Odontológico
O serviço odontológico começou a ser desenvolvido pelo Sesc em 1976. Dentro de um conceito amplo de saúde e bem-estar, a assistência odontológica passou a uma das prioridades, principalmente diante da constatação da carência nessa área para a população de renda mais baixa. Esse serviço era dividido em dois segmentos: o curativo, que incluía profilaxia, restaurações e tratamento de canal, e o preventivo, com aplicação de flúor nas crianças e orientações a toda a família sobre a correta escovação.
Nessa época, foi introduzido o chamado atendimento a quatro mãos: um auxiliar desenvolvia as pequenas atividades de caráter mais educativo ou de preparo do paciente que precediam o trabalho propriamente dito do dentista. Hoje, isso se desenvolveu para a presença do Assistente de Saúde Bucal (ASB) ao lado do dentista. Curiosidade: no início, só se faziam procedimentos de canal “canino a canino” (molares ficavam de fora do atendimento, por exemplo); não se fazia prótese dentária nem havia raio x , uma limitação que o Sesc foi resolvendo por meio de parcerias. Na Capital, contou com o apoio do Hospital da Polícia Militar.
A adaptação integra a série de posts "Histórias que fazem o Sesc" em comemoração aos 71 anos do Sesc em Santa Catarina.
Confira os artigos publicados:
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