Quem vê a auxiliar contábil Vanessa dos Santos Costa, 28 anos, vestida no seu uniforme de trabalho impecável, bem maquiada e cheia de disposição para subir e descer as ruas do Centro histórico de Laguna, nem imagina que, até 2012, a história que ela protagonizava era muito diferente.
Vanessa era vítima de uma teoria fatalista que a sociedade – e ela mesma – impunha. Vinda de uma família de obesos, com parentes superando os 100 quilos, chegou a acreditar que estava fadada ao mesmo destino. Durante um longo período, a jovem nem perdeu tempo lutando contra o que julgava ser sua sina. Vivia os desafios que o sobrepeso imprimia à saúde; resignava-se com a inclemência da balança e travava uma luta inglória com a imagem que o espelho insistia em lhe atribuir.
O almoço passou a ser feito religiosamente no restaurante do Sesc em Laguna, bem em frente à academia. Com a ajuda da nutricionista da Instituição, descobriu que muito de sua dificuldade em perder peso e de sua falta de energia tinham mais a ver com a alimentação do que com a genética. Riscou a lactose e o glúten do cardápio. Intensificou os exercícios. Os ponteiros da balança começaram a baixar na mesma velocidade em que aumentava o entusiasmo. Adicionou aulas de musculação e jump à agenda e logo passou a dedicar, todo dia, pelo menos uma hora e meia às atividades físicas.
Vinte quilos mais magra, hoje é um exemplo para os colegas. O Sesc é tido como uma segunda casa. Tanto que qualquer conversa com ela é constantemente interrompida para cumprimentar um e outro, que a saúdam como um exemplo a ser seguido. Recuperou a autoestima e considera-se hoje uma nova mulher. Além de estar em dia com a saúde, fez as pazes com o espelho. Para quem antes só saía de casa de cara lavada, Vanessa hoje chama a atenção pela maquiagem impecável. De bem consigo mesma, foi capaz também de promover uma grande virada profissional.
Formada em Contabilidade, até então trabalhava como assistente em consultório odontológico. Gostava do emprego, mas sonhava em atuar na sua área. Adiava esse passo por falta de coragem e, principalmente, descrença na sua capacidade de se reinventar. De repente, foi como se os fantasmas que a impediam de ser feliz sumissem todos de uma só vez. Foi à luta e hoje circula orgulhosamente com o uniforme da empresa onde exerce a função de auxiliar contábil.
A adaptação integra a série de posts "Histórias que fazem o Sesc" em comemoração aos 71 anos do Sesc em Santa Catarina.
Confira os artigos publicados:
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