
Há alguns anos, as drogas vêm atingindo todas as camadas da sociedade. Atualmente, o acesso a essas substâncias, sejam lícitas ou ilícitas, é muito fácil, fazendo com que muitas pessoas, já tenham estabelecido contato com algum tipo. É neste momento, quando o contato passa a virar vício, que procurar a ajuda de um psicólogo faz toda a diferença para reabilitar o usuário, ajudando na sua reinserção na sociedade. Leia o artigo da psicóloga Fabiola Stenhaus Pires, do Sesc em Florianópolis (Estreito), e saiba mais sobre o papel da psicologia nos casos de dependência de drogas, neste dia 20 de fevereiro, Dia Nacional do Combate as Drogas e ao Alcoolismo. Conheça as instalações e os serviços de Saúde do Sesc em Santa Catarina. Informe-se no espaço Relacionamento com Clientes do Sesc mais próximo sobre as possibilidades e marque a sua consulta em nossas clínicas. Mais informações clique aqui.
O papel da psicologia nos casos de dependência de drogas O uso de substâncias químicas que provocam alterações no organismo e afetam o comportamento humano é milenar. Entretanto, nos dias atuais, essa situação vem sendo considerada um problema de saúde pública, pois tornou-se muito mais que uma utilização eventual ou com finalidade espiritual. O uso de drogas chegou a proporções grandiosas, acarretando inúmeras situações complexas que afetam a sociedade como um todo, desde indivíduos e famílias até situações culturais, sociais, educacionais, farmacológicas, políticas e criminais. É importante lembrar que os problemas relacionados ao consumo exagerado de drogas envolvem tanto drogas ilícitas quando drogas lícitas. Além das drogas cuja produção, comércio e consumo são proibidas por lei (como maconha, cocaína, ecstasy, LSD, inalantes, barbitúricos, morfina, opiácios, entre outras); existem também os grandes problemas causados pelo uso de drogas que podem ser consumidas de maneira praticamente livre e cujo comércio é legalizado e muitas vezes até incentivado culturalmente, a exemplo o cigarro, o álcool, os estimulantes como cafeína e anfetaminas (medicamentos inibidores de apetite) e os ansiolíticos (medicamentos para aliviar tensões, acalmar). Apesar das situações complexas que envolvem o uso de drogas, a mais significativa individualmente é quando o uso torna-se abusivo e os usuários e familiares sofrem uma série de consequências, sendo que a dependência é o seu efeito mais devastador. A dependência química manifesta-se no corpo e a psicológica caracteriza-se pela necessidade da droga para obter prazer ou conforto emocional. O DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) considera a dependência química uma doença e a caracteriza como biopsicossocial, pois apresenta um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos de amplos e variados aspectos. Dentre as diversas formas de atuação no tratamento da dependência química, a psicologia apresenta-se como um caminho importante, pois requer um movimento proativo do usuário. A psicologia proporciona a compreensão das causas subjetivas que levaram ao uso de drogas, auxilia no entendimento do caminho percorrido durante a vida do usuário, revisita os conflitos, as emoções e a forma de lidar com eles. Através de uma escuta atenta e de exercícios de auto-observação, objetiva a revisão dos papéis sociais e o resgate de relacionamentos feridos. Existem diferentes linhas e abordagens que fundamentam o trabalho dos profissionais da psicologia. No entanto, a partir do momento em que há desejo de modificar a realidade, frequentar um consultório de psicologia pode significar uma importante ação em busca de transformação. As sessões precisam ter uma regularidade e o indivíduo deve vincular-se ao profissional, encontrando internamente um comprometimento principalmente consigo mesmo. O processo não é simples, pode ser emocionalmente doloroso e normalmente é lento, pois a dependência também não se instala no sujeito em um único momento, ela é composta de muitas situações que precisam ser compreendidas e superadas para encontrar maior autonomia, segurança e liberdade. Envolver-se num processo psicoterapêutico significa dedicar um tempo a ouvir o próprio coração, olhar com coragem e transparência para as forças e fraquezas de cada um, e quiçá, encontrar novos caminhos. Nos dias atuais em que há excesso de informações e de exigências sociais a serem desempenhadas, a psicologia é um convite para voltar-se à vida interna e a descoberta de novas potencialidades.“Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.”
Carl Gustav Jung
Fabíola Stenhaus Pires, psicóloga do Sesc em Florianópolis (Estreito).
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