[Artigo] As infecções respiratórias e os cuidados básicos para uma vida saudável


06/03/2020 - Atualizado em 09/03/2020 - 942 visualizações

Prevenir é palavra de ordem para evitar gripes e resfriados. A boa alimentação e a ingestão de líquidos também são fundamentais, tanto para quem está saudável quanto para quem já apresenta algum sintoma de doença respiratória.

Para refletir mais sobre o assunto leia o artigo da nutricionista e Gerente de Saúde e Assistência do Sesc, Jéssica da Luz Pereira Pucci, que trata sobre as infecções respiratórias e os cuidados básicos para uma vida saudável.

As infecções respiratórias e os cuidados básicos para uma vida saudável

As infecções respiratórias constituem uma síndrome clínica cujos agentes infecciosos mais comuns são vírus e bactérias. São particularmente vulneráveis as crianças e os idosos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como infecções respiratórias, as doenças que ocorrem no trato respiratório, tanto superior como inferior, nas quais há a obstrução da passagem do ar, tanto a nível nasal, quanto a nível bronquiolar e pulmonar.

Elas variam desde infecções agudas, como pneumonias e resfriados comuns, a infecções mais graves, como a tuberculose. Embora as infecções das vias respiratórias superiores sejam muito frequentes, mas raramente com risco de vida, as infecções das vias respiratórias inferiores são responsáveis por doenças mais graves, tais como: gripe, pneumonia, tuberculose e bronquiolite, que são os principais contribuintes para a mortalidade por infecções respiratórias agudas.

No que se referem a sua distribuição, as infecções respiratórias podem ser influenciadas pela sazonalidade climática, principalmente, quando se relacionam com algumas variáveis meteorológicas, tais como a temperatura ambiente, a umidade relativa do ar e as chuvas. Os fatores responsáveis pelo maior desenvolvimento de vírus e bactérias nessa época do ano são diversos e o frio não é o principal responsável. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), no inverno as alergias respiratórias pioram muito devido às infecções virais frequentes, ao aumento da poluição ambiental, às constantes e bruscas mudanças climáticas, ao ar seco e ao fato de que casacos e cobertores são retirados dos armários depois de muito tempo guardados.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia, as infecções respiratórias são a terceira causa mundial de morte em adultos, e acomete principalmente os idosos e as crianças pequenas. O risco de doenças infecciosas aumenta com o avançar da idade, pois o envelhecimento deixa frágil o sistema de defesa contra infecções. Mesmo nos indivíduos mais ativos e saudáveis, a capacidade de defesa do organismo se reduz como tempo, principalmente a partir dos 50 anos de idade.

Com a chegada do coronavírus no Brasil, é importante fortalecer as práticas básicas de higiene e cuidados com a saúde e o primeiro passo é a prevenção. Os coronavírus humanos são vírus comuns, que infectam a maioria das pessoas durante a vida e causam doença respiratória leve a moderada no trato respiratório superior. Esses vírus receberam esse nome devido às espículas na sua superfície, que lembram uma coroa e geralmente causam infecções leves a moderadas do trato respiratório superior com curta duração.

Os sintomas podem incluir coriza, dor de garganta e febre. Esses vírus, algumas vezes, podem causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias, sendo mais comum em pessoas com doenças cardiopulmonares, sistema imunológico comprometido, ou idosos. Estas infecções respiratórias são doenças de alto contágio devido ao seu elevado potencial de propagação, que acontece principalmente pelas gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Apesar de não ser possível se prevenir de algumas formas de infecções respiratórias, existem muitas iniciativas simples que podem reduzir a chance de contrair a doença e fortalecer o sistema imunológico tais como:

- Manter uma alimentação balanceada: para fortalecer as defesas do organismo é importante aumentar a ingestão de carotenoides (vegetais e frutas amarelo-alaranjados), frutas cítricas (ricas em vitamina C), alimentos ricos em vitamina E (grãos, azeite de oliva, abacate, oleaginosas, gema de ovos), zinco (ostras, peixes, carnes e aves), vegetais verde-escuros, leguminosas (ricos em ácido fólico) e probióticos (iogurtes, kefir e kombuchas);

- Praticar exercícios físicos: a prática regular de exercício físico moderado, acarreta benefícios ao nível do sistema cardiovascular, da função respiratória e do tônus muscular, diminui os níveis de stress, favorecendo a estabilidade emocional, promove o controle metabólico, otimização da massa corporal e melhoria da função imunológica;

- Ter um sono de qualidade: um sono de qualidade melhora o equilíbrio físico, mental e emocional do ser humano, fortalece o sistema imunológico, ajuda a prevenir doenças e tem grande importância para o bom funcionamento do cérebro. O sistema de defesa do organismo é prejudicado quando o indivíduo dorme pouco ou mal e isso aumenta o risco de doenças;

- Evitar cigarro e bebida alcoólica: essas duas substâncias afetam negativamente todas as células do organismo e interferem em componentes responsáveis por estimular as respostas imunológicas;

- Beber muita água: manter-se hidratado é fundamental para garantir uma boa imunidade. A falta do líquido dentro da célula interfere na sua atividade, no sistema de transporte de nutrientes para elas e até na temperatura do corpo. Desta forma, o ser humano desidratado pode ter problemas em seu sistema imunológico.

Além disso, são recomendações básicas de higiene que evitam o risco de contrair ou transmitir doenças respiratórias:

- Frequente lavagem e higienização das mãos, com água e sabão ou álcool (gel a 70%), principalmente antes de consumir algum alimento;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir, com cotovelo flexionado ou utilizando-se de um lenço descartável;
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca sem higienização adequada das mãos;
- Limpe e desinfete objetos e superfícies tocados com frequência;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infecção respiratória;
- Manter os ambientes bem ventilados; e
- Informe-se em fontes confiáveis como o site do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde.

“Prevenir, é melhor que remediar”. Expressão antiga que ainda faz todo sentido nos dias atuais. A adoção de medidas simples no comportamento da população pode ser a primeira medida para prevenir e controlar as doenças respiratórias. Alguns fatores de risco evitáveis têm um papel importante no surgimento e progressão destas doenças e as mudanças nos hábitos para melhorar a saúde são imprescindíveis neste processo.

Jéssica da Luz Pereira Pucci
Nutricionista e Gerente de Saúde e Assistência do Sesc Santa Catarina




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