Como falar com as crianças sobre o novo Coronavírus e os cuidados com a saúde mental


31/03/2020 - Atualizado em 03/04/2020 - 544 visualizações

Durante esse período de isolamento social que estamos vivendo algumas questões começam a emergir e a se tornar foco da atenção de especialistas, como é o caso da Saúde Mental. No entanto, a maioria das dicas e materiais que estão ao alcance das pessoas fala sobre os cuidados com a saúde mental dos adultos, mas temos um grupo social que também está isolado, e que precisa de atenção: as crianças! E são importantes certos cuidados, pois elas ainda estão em formação de suas funções psicológicas, mentais e emocionais.

Os adultos podem amenizar os danos emocionais causados por este afastamento social junto aos seus filhos. Essas funções estão relacionadas à capacidade para desenvolver e manter estratégias apropriadas de solução de problemas, por meio de condições e estímulos positivos. Requer certo planejamento e estratégias, que visam organizar o ambiente familiar para que todos tenham um comportamento de serenidade e tranquilidade, tendo como objetivos comuns, manter as pessoas ativas e comprometidas através de pensamentos positivos e controle das emoções.

As crianças, muitas vezes, por não conseguirem assimilar ou entender algumas informações, acabam desenvolvendo sentimentos e pensamentos que podem afetar negativamente sua saúde mental, podendo causar prejuízos em longo prazo. Por esse motivo, esse texto tem como objetivo dar algumas dicas que podemos incluir na rotina familiar e que podem ajudar os pais e responsáveis a prevenir possíveis dificuldades com as crianças.

  • Converse com as crianças sobre a situação que estamos vivenciando. Importante respeitar a idade de cada criança. Sempre utilizar uma linguagem de compreensão de cada faixa etária. Para isso é importante dar-lhes informações gerais, sem a necessidade de detalhar (evitem, por exemplo, falar sobre o número de óbitos e pessoas hospitalizadas);
  • É importante permitir que as crianças expressem suas emoções em relação a esse momento e sintam-se confortáveis em fazer perguntas. (É de conhecimento dos profissionais de psicologia, que desenhar e brincar são ótimas formas que as crianças têm para exteriorizar aquilo que estão sentindo);
  • Tenha em mente que, assim como muitos adultos estão assustados e com medo, as crianças também podem se sentir assim, por esse motivo é normal que elas procurem mais atenção e demandem mais paciência e cuidado de seus pais e responsáveis;
  • Acolha e converse sobre todas as preocupações que as crianças podem demonstrar dessa maneira você pode diminuir pensamentos fantasiosos que surgem e fazê-los se sentir mais seguros com toda mudança que está sendo vivenciada;
  • Muito importante sempre transmitir segurança e tranquilidade;
  • É fundamental explicar sobre os cuidados básicos de higiene que devemos ter, mas sem gerar medo e preocupação em excesso. Principalmente, dando o exemplo positivo;
  • Manter uma rotina diária também é importante, por exemplo: pela manhã fazer as tarefas da escola, como leituras e trabalhos semelhantes as que já faziam na escola. No período da tarde, atividades lúdicas com brincadeiras envolvendo a família; e
  • Incluir na rotina atividades prazerosas, descontraídas e relaxantes, como ouvir músicas preferidas, assistir filmes leves, criar brincadeiras, desenhar e pintar.

Por menor que a criança seja, ela está vivendo a percebendo as mudanças que estão sendo impostas a todos nós. Crianças também podem ficar doentes da sua saúde mental e, muitas vezes, não conseguem expressar verbalmente o que sentem. Na maioria das vezes, será expresso através de seus comportamentos. Importante então, que os pais e responsáveis fiquem atentos e procurem auxílio profissional se identificarem necessário.

Referências:
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- Mental Health and Psychosocial Considerations During COVID-19 Outbreak (Saúde Mental e considerações psicossociais durante a pandemia de COVID-19.), 12 de março de 2020.

Colaboração: Marina Borges Gonçalves, psicóloga e Educadora em Saúde da Unidade Móvel Saúde Mulher, Márcia Dal Piva, psicóloga Clínica do Sesc em Chapecó e Cristiani Jacobus Vieira, analista de Programação Social do Departamento Regional do Sesc Santa Catarina.

Edição: Assessoria de Comunicação e Marketing Sesc-SC.




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