A saúde bucal é uma forte preocupação das pessoas que chegam à terceira idade. Para evitar os problemas mais comuns nessa fase da vida, é necessário todo um trabalho preventivo que deve acontecer ao longo da vida.
Um dos principais objetivos da odontogeriatria (especialidade que cuida da saúde bucal dos idosos) é garantir a qualidade da saúde como um todo, minimizando os efeitos que maus hábitos, doenças e alterações fisiológicas podem causar aos dentes.
Neste artigo, a dentista do Sesc em Jaraguá do Sul Carmen Lucia Pinto Melle aborda a importância de uma atitude preventiva ao longo da vida, para a saúde bucal na terceira idade.
Uma nova perspectiva na saúde bucal da terceira idade
Pesquisas atuais mostram que o mundo está envelhecendo numa proporção maior e com um declínio acentuado na taxa de natalidade. Segundo as previsões da OMS a quantidade de idosos no mundo entre 1950 e 2026 aumentará dezesseis vezes contra cinco vezes a população. (Manetta*et al, 1998). Uma população crescente que necessita de mais atenção no âmbito da saúde como um todo. Na odontologia não seria diferente e apesar do aumento significativo dos problemas bucais, com o decorrer dos anos observamos uma diminuição no número de dentes perdidos e uma preocupação maior dos idosos em manter em boas condições os dentes remanescentes.
Com o avanço tecnológico, a internet cada vez mais acessível, as informações chegam de forma abrangente trazendo ao idoso maior conhecimento sobre a qualidade de vida. A prevenção das doenças através de atividades físicas, alimentação saudável e visitas regulares aos consultórios médicos e odontológicos aparecem constantemente nas mídias.
A odontologia e a medicina precisam integrar-se para o atendimento ao idoso, já que estes pacientes possuem alterações fisiológicas e patológicas com manifestações na cavidade oral. Os medicamentos ingeridos podem alterar a saliva, o seu fluxo, a sua viscosidade o que pode levar a um alto índice de cáries. As técnicas de higienização devem ser adequadas devido aos problemas cognitivos e motores frequentes nesse grupo. Com a adequação da técnica de higienização, controla-se a presença da placa bacteriana sobre as superfícies dos dentes diminuindo a incidência de problemas gengivais e melhorando a qualidade da saúde de um modo geral.
A prevenção começa na vida intra-uterina, se ergue nos primeiros passos, se expande durante a vida escolar, incorpora-se na maturidade e atinge o seu ápice na terceira idade onde seus resultados devem brilhar. Quanto menos dentes ausentes e cariados encontrarmos na cavidade oral da terceira idade mais teremos a certeza do sucesso preventivo lá no inicio.
A manutenção da atividade intelectual e autonomia funcional aumentam a possibilidade de uma vida saudável na terceira idade. Com toda essa evolução no campo da saúde e tecnologia o idoso percebe não só a importância de uma mastigação satisfatória, mas também uma preocupação com a estética.
A Odontogeriatria comunga dos mesmos ideais da Medicina em tornar o idoso uma pessoa feliz, mantendo ou restabelecendo a vital integridade do sistema mastigatório e consequentemente a melhoria na qualidade de saúde em uma fase tão significativa de sua vida.
Por Carmen Lucia Pinto Melle, dentista do Sesc em Jaraguá do Sul.
*Manetta, C.E, Brunetti, R.F.Montenegro, L.F.B. Uma promissora atividade no novo século: Odontogeriatria. J.Bras.OdontolClin. V2, N.10, p87-7,1998.
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