Em 7 de abril se comemora o Dia Mundial da Saúde. Talvez essa data nunca tenha sido tão importante no calendário diante do desafio da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). É hora de começarmos a controlar nossa “dieta digital”. Já parou para pensar quanto tempo por dia você está usando seu smartphone e de que forma? Ele auxilia muito nesse período que estamos passando, mas muitas vezes eles “roubam” tempo e são viciantes.
Para refletir mais sobre o assunto leia o artigo da nutricionista e Gerente de Saúde e Assistência do Sesc, Jéssica da Luz Pereira Pucci, que trata sobre o uso excessivo das redes sociais neste período de isolamento social.
Assim como o açúcar, o sal e as gorduras, a utilização inapropriada das redes sociais traz uma série de problemas, sendo necessário saber qual a dose adequada para o seu uso saudável, evitando, assim, que as vantagens não sejam superadas pelo vício que surge com os excessos. De um modo geral, cada vez mais as pessoas estão dependentes da tecnologia, e, em decorrência dessa imersão no mundo digital, apesar de todas as suas vantagens, vários aspectos ligados à saúde do indivíduo, sejam físicos, psicológicos ou sociais, como baixa autoestima, depressão, fobias sociais, solidão, e isolamento podem ser verificados em função do crescimento acelerado do acesso à internet.
Entre os sintomas físicos estão incluídos a taquicardia, a xerostomia (secura da boca), e alguns tremores. A longo prazo, quanto maior a frequência do usuário no universo on-line, em frente ao computador, maiores as possibilidades de desenvolvimento de problemas relacionados à sua saúde, tais como: comprometimento da postura, dores musculares, lesões por esforço repetitivo (tendinite), obesidade – devido à má alimentação, alterações na visão, e também cansaço crônico e insônia devido às madrugadas passadas em claro.
Do lado psíquico, a incapacidade de concentração, a agitação, a angústia por estar longe de um computador, ou celular com acesso à internet, estão entre os problemas mais comumente apresentados. Todos estes sinais e sintomas acarretam outros desdobramentos no cotidiano do usuário compulsivo, em diversas formas, a exemplo de baixo rendimento escolar ou profissional, perda do interesse pelas interações sociais, ao ponto de arriscar a perda de uma relação significativa, quer seja pessoal, profissional ou educacional, e a síndrome amotivacional, o que significa não ter motivação para fazer algo que não seja utilizar a internet.
Uma pesquisa realizada pela Hoopsuite em parceria com a We Are Social, revela que o Brasil é o segundo país do mundo que passa mais tempo conectado à internet. Os dados mostram que o brasileiro fica conectado em média nove horas e vinte nove minutos por dia. A pesquisa, ainda, demonstra que o Brasil está apenas atrás das Filipinas, onde, em média, se passa mais de dez horas por dia conectado à internet.
Uma das pesquisas mais importantes sobre o assunto, coordenada por Kimberly Young em 1996, registrou a participação de 600 usuários com sinais clínicos de dependência. Segundo Kimberly S. Young a temática do uso abusivo de internet é atual e promotora de debate em saúde mental. É controverso definir o uso patológico da Internet pela extensão dos critérios estabelecidos para as dependências de substâncias. Isto porque o uso da internet, ao contrário do uso de substâncias químicas, oferece benefícios diretos nas sociedades não devendo ser encarado como um vício. Young definiu, o uso patológico da internet como uma “perturbação do controle dos impulsos que não envolve uma substância tóxica” (Young, 1996).
0 Comentários