Assim como Rosa Parks – símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos – chamou a atenção para a causa nos anos 1950, todos nós podemos fazer a diferença no mundo. Com conexão entre as pessoas e mobilização, é possível criar ações de engajamento e gerar impacto social. Essa foi a premissa do “Workshop Mobilize: Criando ações de impacto social”, realizado em Florianópolis, Tubarão e Joinville, nesta semana, que contou com um público ávido pelo assunto.
Rosa Parks se recusou a ceder o seu lugar no ônibus a um branco, tornando-se o estopim do movimento que foi denominado boicote aos ônibus de Montgomery e posteriormente viria a marcar o início da luta antissegregacionista, liderada por Martin Luther King. A atenção mundial para a causa afroamericana, culminou na Lei de Direitos Civis de 1960 e a Lei dos Direitos ao Voto de 1965.
E cada um de nós pode ser essa chama, o agente transformador, confirma o diretor de Mobilização do Greenpeace Brasil, Renato Guimarães, ministrante do evento. Ao longo dos encontros, ele propôs uma jornada objetiva de aprendizagem, exercícios e criação coletiva que explora os elementos essenciais de Planejamento Estratégico para mobilização de impacto social.
Foram compartilhados conteúdos, casos e exercícios que ajudaram os participantes a conhecerem e testarem formas de mobilização, estimulando o engajamento de pessoas, empresas e organizações em causas e negócios de impacto. Desta forma, todos foram estimulados a pensar e agir ‘fora da caixa’, a partir da construção de uma visão comum.
De acordo com a gerente de Assistência do Sesc em Santa Catarina, Giseli Mara Schena, ações que geram impacto social podem oferecer produtos e serviços que diminuam ou eliminem barreiras de acesso a bens e serviços essenciais, reduzem condições de vulnerabilidade social e ampliam possibilidades de aumento de renda e desenvolvimento de nossa sociedade. “Esta relacionado diretamente a uma tendência mundial de atuação inovadora, propondo soluções mais efetivas, eficientes, sustentáveis que as já existentes e cujo valor gerado beneficia, prioritariamente, a sociedade como um todo e não apenas alguns indivíduos", afirma.
Confira abaixo alguns depoimentos:
Luiz Falcão de Moura, Diretor de Sustentabilidade da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), participante do evento em Florianópolis
A questão do impacto social é muito importante e nós na ACIF desenvolvemos vários projetos, com essa dimensão como o programa ReÓleo, que era projeto, virou programa e hoje eu afianço para você que ele é um movimento, porque ele gera mudanças efetivas, comportamentais nas pessoas e nós lidamos com as pessoas. Neste workshop ele está dando algumas ferramentas, que não só reforçam o que fazemos hoje, outras que podemos aprimorar a nossa participação efetiva junto à cidade. Quando soube desta oportunidade eu fiquei encantado com a proposta. Estar aqui é um momento excelente para ser fomentador dentro da entidade de tudo que está sendo aqui colocado.
Renato Guimarães, Diretor de Engajamento do Greenpeace Brasil, ministrante do curso
Meu sonho é poder compartilhar com outras pessoas esse conhecimento que eu já tenho acumulado, de como mobilizar e gerar possibilidades de engajamento para as pessoas. Para que elas consigam incorporar isso no trabalho delas e alcançar ainda mais pessoas e pensar formas diferentes de desenvolvê-las no trabalho. Meu sonho é realmente compartilhar esse conhecimento! É sobretudo estar aberto, disponível, disposto a conhecer esses novos conceitos. Abertos à aplicá-los no seu cotidiano, sair um pouco sobre o próprio eixo e pensar nas outras pessoas. Pessoas que ele ou ela querem envolver no projeto. A se colocar no lugar do outro. No geral o Sesc tem uma experiência de muito tempo, que acho importante, que é de lidar com pessoas. É uma coisa fundamental. É claro, que como toda organização já estabelecida tem suas formas de atuar. A possibilidade de gerar iniciativas como este Workshop, com esta discussão e abrindo também para parceiros, já é um indicativo muito grande de uma linha de trabalho, que acredito ser muito importante, que é se abrir para uma forma diferente de se planejar..