Leia o mundo com outras vozes: literatura para combater o preconceito
Ao longo da história da humanidade, foi relegado um papel de servidão física e moral às mulheres, comprovados por registros históricos socioculturais tangíveis e intangíveis. A opressão gerou uma desigualdade e tornou inviável a reciprocidade entre os gêneros, gerando inúmeros conflitos que até hoje são assunto de pauta emergente.
Simone de Beauvoir, em sua frase provocadora, não somente para a época em que vivia, mas até os dias atuais, traz à tona espectros sutis do que é ser mulher e a construção social feita sobre os paradoxos que circundam o tema: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, do livro “O Segundo Sexo”.
Retratando seu modelo de vida pouco convencional, Beauvoir apresenta a perspectiva de uma reconstrução da sociedade através da sua escrita, baseando-se nas margens da autoridade patriarcal que dissimula as vozes femininas. Em suas análises constata que “no momento em que as mulheres começam a tomar parte na elaboração do mundo, esse mundo é ainda um mundo que pertence aos homens”, nos levando a refletir sobre a solidez do sistema em que vivemos.
A Rede Sesc de Bibliotecas, cujo corpo colaborativo é majoritariamente feminino, é espaço de ocupação desta pauta. Colocando em foco as discussões, apresenta o evento Biblioteca Inquieta: Leia o mundo com outras vozes, que será realizado entre os dias 24 a 28/10 explorando também o universo “Mulheres na Literatura”.
O evento apresentará temáticas que trabalham o senso crítico do leitor com uma bibliografia que procura dar voz para títulos com narrativas que possam contribuir para uma sociedade com menos preconceito e discriminação em vários aspectos. O Biblioteca Inquieta neste contexto procura dar espaço para essas discussões por meio da literatura.
Leia o mundo com outras vozes é propício para ativar a sensibilidade crítica do leitor, a biblioteca neste contexto entra como um espaço onde há pluralidade de ideias, diversidade e a formação do pensamento é livre, possibilitando o fomento à leitura provocando o senso crítico.
Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Chimamanda Ngozi Adichie, Hilda Hilst, Clarice Lispector, Angélica Freitas, Wisława Szymborska, Janaina Tokitaka, Ana Cristina Cesar, Patrícia Galeli, Daniela Avelar, Mariana Berta, e Thalita Coelho são algumas das vozes que ouvimos nas prateleiras. Com um acervo selecionado dentro da temática, a programação será gratuita e aberta a toda a comunidade.
Confira abaixo os títulos indicados pela equipe.
Clique aqui para acessar a lista e outros livros no sistema i10 da Rede Sesc de Bibliotecas. A Instituição oferece a seus usuários um sistema interativo de bibliotecas, que além de possibilitar o empréstimo e devolução de livros, possui ferramentas como das redes sociais possibilitando que o leitor participe de fóruns, crie listas e até mesmo escreva resenhas sobre seus livros favoritos podendo indicar o título para um amigo e demais usuários do sistema.
Este conteúdo foi produzido de forma colaborativa por:
Blenda Trindade - Sesc Itajaí
Camila de Jesus Souza - Sesc Araranguá
Jaqueline Dziubatey de Camargo - Sesc Jaraguá do Sul
Patrícia Simone Wilaczynski - Sesc São Bento do Sul
10 livros escritos por mulheres, indicados pela equipe da Rede Sesc de Bibliotecas
"Tudo nela brilha queima", de Ryane Leão
"A guerra não tem rosto de mulher", de Svetlana Aleksiévitch
"A hora da estrela", de Clarice Lispector
"Desmemória", de Thalita Coelho
"As avessas", de Telma Scherer
"O amor de uma boa mulher", de Alice Munro
"A princesa salva a si mesma neste livro", Amanda Lovelace
"Chapeuzinho Esfarrapado: E outros contos feministas do folclore mundial", Organização de Ethel Johnston Phelps, ilustração de Bárbara Malagoli
"A bolsa amarela", de Lygia Bojunga
"Eu sou Malala", de Malala Yousafzai
De 24 a 28 de outubro de 2022, as Unidades Sesc-SC concentrarão as ações e a programação de mediação das narrativas contemplando as vozes destas e outras tantas mulheres.
O Sesc traz o movimento de garantir as condições das pluralidades, respeitando que as diversas práticas culturais possam ser debatidas e estudas. De acordo com a política cultural da Institulção “É por meio da cultura que os grupos se expressam, se identificam, se diferenciam e se afirmam, ...conferindo-lhes igual a dignidades.”
Venha ler o mundo com outras vozes na Biblioteca Inquieta! Clique para mais informações,
0 Comentários