Sesc recebe Casa de Câmara e Cadeia e inicia instalação do Museu de Florianópolis


14/09/2018 - Atualizado em 02/01/2019 - 960 visualizações

A restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia, na Praça XV de Novembro, foi entregue pela Prefeitura Municipal de Florianópolis ao Sesc Santa Catarina nesta sexta-feira (14/09), às 11h30, no prédio histórico. No local, o Sesc instala o Museu de Florianópolis, que preservará a memória da Capital catarinense, utilizando diferentes tecnologias, expondo acervos importantes para a cidade e também com espaço para pensar o presente e o futuro do município.

A partir da data de entrega da reforma, o Sesc inicia o processo de implantação do museu, com execução do projeto museológico, aquisição dos equipamentos e contratação de equipes, com investimento de R$ 4 milhões. A previsão de inauguração do espaço é março de 2019. Antes disso, serão realizadas algumas programações pontuais para manter o espaço aberto e aproximá-lo afetivamente da população.

A Instituição venceu a licitação que concede o uso do bem público por 20 anos e fará a gestão do espaço. Atualmente o Sesc faz a gestão do Cine Teatro Mussi, em Laguna, e do Centro Cultural Vidal Ramos Sesc, em Lages, ambos os prédios históricos importantes para a história de seu povo, das cidades e regiões. Além de desenvolver programações artísticas e culturais em todas as regiões do Estado.

“Desde 2015, temos ampliado o olhar para o Patrimônio Histórico e Cultural no Estado, através de parcerias com o setor público. Com o Museu de Florianópolis o Sesc cumprirá com uma de suas prerrogativas que é fomentar a cultura, em uma visão ampliada, e oferecer à população o acesso a informações, acervos e histórias sobre a cidade, desde o início de sua ocupação até o presente e projetando o futuro”, declara o Diretor Regional do Sesc Santa Catarina, Roberto Anastácio Martins.

O Museu de Florianópolis deve se posicionar no cenário museológico do município como um interlocutor para discutir as questões emergentes, trazer diferentes vozes da população, pensar a história e discutir o futuro. Passa a ser também, um importante espaço de salvaguarda das memórias da transformação urbana, da história de seus povos e das diferentes expressões culturais.

“Será um museu sobre e para a cidade. Onde o município, seus povos e culturas, serão apresentados de inúmeras maneiras: por uma perspectiva histórica, refletindo seu passado, por seu presente e pelas possíveis prospecções de futuros para Florianópolis”, declara o Presidente do Sistema Fecomércio/SC e do Conselho Regional do Sesc, Bruno Breithaupt.

No andar térreo do sobrado histórico de 865m² haverá três salas expositivas: uma destinada para a memória e as histórias da Casa de Câmara e Cadeia; outra para exposições temporárias; e uma sala destinada às histórias orais de vários personagens de Florianópolis. Além disso, conta com uma sala para a reserva técnica e um espaço para as ações educativas, oficinas e palestras.

No piso superior, a sala “Grande Projeção”, “Hoje e Amanhã”, “Depoimentos” e “Primeiros Ocupantes” abrigarão exposições de longa duração. Haverá ainda um corredor com a linha do tempo. Além disso, também haverá um anexo na parte posterior do prédio, onde ficará alocada a cafeteria, sanitários e as salas da administração.

O projeto expográfico realizado pela empresa Expomus (responsável também pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Sacra de Paraty e Museu da Imigração do Estado de São Paulo) prevê quatro temáticas para exposições de longa duração:

– “Dos primórdios a Florianópolis”: o visitante ficará imerso em um grande mapping que reunirá as diferentes perspectivas – história, ocupação, cultura e futuro, sem perder a relação com a cidade. Uma linha do tempo digital informará o visitante sobre a história do município.

– “Primeiras Ocupações”: aprofundará o entendimento sobre os processos de ocupação do território, desde as sociedades sambaquieiras, a imigração açoriana, as influências afro por meio de objetos, textos e um vídeo-gráfico animado.

– “Florianópolis. Presente e Futuro": ambiente totalmente tecnológico, com grandes projeções, para discutir questões do município como: Transformação Urbana, Arquitetura, A Vida Cultural no Século XX, Ecossistemas a Preservar, Novas Migrações e Novas tribos, o futuro.

– “Florianópolis, Suas Gentes – Saberes e Fazeres da região": por meio de depoimentos orais em grandes projeções e ainda um módulo com a História do Edifício ícone da cidade, suas transformações até o Museu e, parte do acervo localizado durante o restauro, além de monitores touch screen com mais informações.

O acervo será constituído de forma gradual, com doações e, em regime de comodato com outras instituições, expondo peças significativas para a cidade. A primeira grande doação em negociação final é a da coleção privada eclética “Desterro 1.600 a 1.900”, de Marli Cristina Scomazzon, em negociação final. É composta por mapas, documentos, aquarelas, pintura em óleo, entre outros.

Após a abertura, o museu vai funcionar de domingo a domingo. Há previsão de cobrança de ingressos populares, bem como dias de gratuidade para a população e escolas da rede pública. Para a implantação, foi formada uma Comissão Consultiva composta pela equipe do Sesc e por órgãos do município.

Cabe ainda à Prefeitura Municipal de Florianópolis, fazer a entrega da documentação legal do imóvel, como: o habite-se, o alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros, e o alvará da Vigilância Sanitária.

+ Informações sobre a Casa de Câmara e Cadeia:
(FONTES: Circuito Cultural de Florianópolis, 2000 e Roteiro Autoguiado do Centro Histórico de Florianópolis, 2011)

Situada na Rua dos Ilhéus, esquina com a Rua Tiradentes, em frente à Praça XV de Novembro, nas proximidades da Catedral e Palácio Cruz e Souza, em localização estratégica e no coração do Centro Histórico, a antiga Casa de Câmara e Cadeia foi construída entre 1771 e 1780, com paredes de pedras argamassadas com óleo de baleia, areia e cal, pelo arquiteto Tomás Francisco da Costa. Foi de grande valor no contexto político social da cidade, onde eram empossados presidentes da província, realizadas festas e bailes oficiais.

Conforme determinava a tradição portuguesa, em seu pavimento superior funcionava a Assembleia Legislativa Provincial, além do Paço da Câmara e do Senado. Em 25 de março de 1888, no seu plenário, foram entregues as últimas cartas de liberdade de escravos da capital. Em seu piso térreo, serviu como cadeia para infratores da lei, rebeldes, escravos e loucos. A cadeia foi desativada em 1930, com a inauguração da Penitenciária no bairro da Agronômica. O sobrado luso-brasileiro foi mudando com as reformas, até, em 1896 incorporou a decoração eclética, com alguns signos barrocos. Nos últimos anos em atividade, o prédio abrigou a Câmara Municipal de Florianópolis.




Entrega da restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia

Entrega da restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia

Entrega da restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia

Pronunciamento do Diretor Regional do Sesc, Roberto Anastácio Martins

Pronunciamento do Diretor Regional do Sesc, Roberto Anastácio Martins

Pronunciamento do Prefeito Gean Loureiro

Pronunciamento do Prefeito Gean Loureiro

Entrega da restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia

Diretor Regional do Sesc, Roberto Anastácio Martins, recebe a chave do Prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro

Entrega da restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia

Entrega da restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia

Entrega da restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia

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