O 15º Festival Palco Giratório Sesc - maior evento de artes cênicas do Estado - continua em cena até o dia 31 de agosto, com espetáculos de Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Alagoas e Santa Catarina. A programação iniciou no dia 1º/08, trazendo à capital catarinenses, o melhor das artes cênicas, com homenagem ao circo, oficinas, reflexões, debates e painéis, com grupos de 15 estados brasileiros.
Esta última semana do evento concentra espetáculos que exploram a experimentação artística, pesquisa de linguagem e trazem à tona temáticas urgentes da sociedade, como: negritude, periferia, empoderamento feminino, diferentes corpos e diversidade. Dois espetáculos contam com recursos de audiodescrição (“Fauna” e "Farinha com Açúcar”) e três com interpretação em Libras (“Animo Festas”, “Preta-à-porter” e "Farinha com Açúcar”). Algumas apresentações contam com atividades de mediação cultural, como os Debates Performativos, com o Grupo Inerte, da Udesc.
A programação dos últimos dias acontece no Teatro do Sesc Prainha e o encerramento no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC). Os ingressos para os espetáculos custam R$ 10,00 (meia-entrada e trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e seus dependentes) e R$ 20,00 (inteira) e podem ser adquiridos antecipadamente no Sesc Prainha; para a peça que ocorre no TAC também estará à venda neste local.
A agenda completa e os documentos comprobatórios para a meia-entrada podem ser consultados em: www.sesc-sc.com.br/palcogiratorio
Confira os destaques dos últimos dias do evento e aproveite!
Com recursos de audiodescrição, o espetáculo “Fauna”, do grupo mineiro Quatroloscinco – Teatro do Comum, será apresentado nesta sexta-feira (24/08), às 20h, no Teatro Sesc Prainha. Nesta peça-conversa, dois atores se misturam ao público para explorar a dimensão política do corpo e seus afetos, fazendo borrar os limites entre o íntimo e o privado, o pessoal e o coletivo. Referenciada pela obra “O circuito dos afetos: corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo”, do filósofo Vladimir Safatle, a peça discute temas como violência, desejo, liberdade, confissão e desamparo. (Classificação: 16 anos)
O freak show “Animo Festas”, do grupo paulista La Cascata Cia. Cômica, apresenta um humor ácido no sábado (25/08), às 20h, no Teatro Sesc Prainha, com interpretação em Libras. Na montagem, o universo do palhaço é personificado na sombria figura de Klaus, que narra suas memórias no submundo de festas infantis. Klaus sobrevive de performances em festas infantis e narra suas memórias no submundo desses eventos ao som de rock, música francesa e trilhas infantis dos anos 1990. (Classificação 18 anos). Após a apresentação haverá um Debate Performativo, com o Grupo Inerte, da Udesc.
No domingo (26/08), às 20h, o Teatro Sesc Prainha recebe apresentação do espetáculo “Eles não usam tênis naique”, do grupo carioca Cia Marginal, seguida por Debate Performativo com o Grupo Inerte, da Udesc. Ambientada em uma favela do Rio de Janeiro, a montagem narra o reencontro de um pai e uma filha que não se viam há muitos anos. Ele foi traficante nos anos 1980, quando o comércio ilegal de drogas ainda mantinha um vínculo moral com a comunidade. Ela é uma jovem traficante nos dias atuais. O espetáculo gira em torno de um embate ideológico entre os dois personagens, representados em cena por quatro atores que se alternam sucessivamente nos dois papeis, num jogo cênico em que nenhuma posição é fixa e onde a ficção está sempre sob o risco da realidade. (Classificação: 14 anos).
O espetáculo “Dança Anfíbia”, da Cia dos Pés, de Alagoas, será apresentado na terça-feira (28/08), às 20h, no Teatro Sesc Prainha. A metáfora lançada por Gilberto Freire, de ser “a gente alagoana uma gente anfíbia”, é o ponto de partida deste espetáculo, que propõe um mergulho nas possibilidades evolutivas que a vontade de criar é capaz de gerar, entendendo o processo de criação em dança como um processo adaptativo.
De Pernambuco, o Coletivo Lugar Comum apresenta a peça “Segunda Pele”, na quarta-feira (29/08), às 20h, no Teatro Sesc Prainha. A montagem discute sobre a relação das pessoas com as vestimentas, não só as roupas em si, mas também as simbólicas, como a casa e o ambiente. Traz para a cena corpos em troca de peles, em transformação, em desnudamentos. (Classificação: 16 anos)
Como destaque da programação, o Coletivo Nega, de Florianópolis, e o Coletivo Negro, de São Paulo, marcam os dois últimos dias do evento, num intercâmbio entre esses dois importantes grupos que discutem a negritude. O Coletivo Nega foi especialmente convidado pelo Festival para apresentar o espetáculo “Preta-à-porter”, na quinta-feira (30/08), às 20h, no Teatro Sesc Prainha. A peça fala sobre a população negra, racismo e sociedade, com foco também na vida da mulher negra brasileira. Com performances e esquetes, envolve o público por meio de lembranças, conquistas, amores e poesias de autores negros, além de histórias pessoais do próprio elenco. A apresentação contará com interpretação em Libras. (Classificação: 12 anos).
O Coletivo Negro, de São Paulo, integra o circuito nacional do Palco Giratório e encerra a programação em Florianópolis na sexta-feira (31/08), às 20h, no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), com o espetáculo "Farinha com Açúcar - ou Sobre a sustança de Meninos e Homens". A apresentação contará com recursos de audiodescrição e interpretação em Libras. Trata-se de uma “peça-show”, que busca uma relação íntima com o público por meio da palavra falada e cantada e, para isso, utiliza-se da construção poética da presença cênica: paisagens sonoras e imagéticas se materializam por meio do ato de contar, expor, celebrar, refletir e dialetizar a experiência de ser homem negro na urbanidade periférica. A obra é também tributária ao legado dos Racionais MC’s e rendeu a Jé Oliveira a contemplação no 6ºPrêmio Questão de Crítica em 2017. (Classificação: 16 anos)
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