“Acreditar em mim mesma foi a primeira grande lição que obtive”

Natural de Tubarão, a advogada Daniela Hoffmann Fernandes, teve o privilégio de estar entre os alunos que ingressaram na primeira turma da Escola Sesc de Ensino Médio. Abaixo, ela conta como essa experiência foi determinante na formação da pessoa que é hoje.

“Há pouco mais de 11 anos cheguei à Escola Sesc de Ensino Médio para integrar a primeira turma desse projeto lindo. E recordar aquela época ainda hoje me emociona. Lembro bem a sensação de chegar àquele lugar num misto de medo e deslumbramento por tudo que viria pela frente, experiências que, sem dúvida, foram determinantes na formação da pessoa que sou hoje.

Essa foi, sem dúvidas, uma das decisões mais difíceis que já tomei, assim como foi, aquele primeiro dia, o dia em que mais temi a solidão e o desconhecido. Mas foi também o dia em que descobri a força que há em mim para superar meus receios e obstáculos – e essa certeza é hoje munição de singular importância para eu enfrentar alguns dos desafios que a vida me impõe. Acho que acreditar em mim mesma foi a primeira grande lição que obtive desta experiência.

A segunda, e talvez mais importante, lição que aprendi e que hoje é meu norte em qualquer decisão foi a importância das pessoas. Foram o amor e o apoio das pessoas que deixei aqui que me deram força para ir; a amizade e o companheirismo das pessoas que conheci por lá que me deram força para permanecer; e a saudade que senti naquela época e que ainda sinto nos dias de hoje que me fazem ter certeza do valor do ser humano em suas singularidades.

Conheci na Escola Sesc algumas das pessoas que me são mais queridas e a quem muito admiro, vindas de locais, realidades e vivências muito diversas da minha e que por isso mesmo me deram tanto exemplo. Foram anos de troca e aprendizados, vivências e descobertas. É claro que, tratando-se a ESEM de uma escola de excelência, os aspectos pedagógicos são destaque e a abordagem inovadora, integradora e inclusiva dos métodos lá desenvolvidos são incríveis e com certeza muito aprendi.

Mas, sem dúvida, o que torna aquele lugar mágico é o “material humano” e foi conhecer esses tantos Brasis em tanta gente lindamente diferente que mudou quem eu sou. Aprendi nessas vivências que conhecer e compreender o diferente é a melhor forma de aprender a empatia e é isso que busco aplicar nos meus dias, no meu trabalho, nas minhas relações, nos meus projetos.

Hoje sou formada em Direito e atualmente trabalho na área da Violência Doméstica e Familiar contra Mulher. Sou uma ex-aluna saudosa dos amigos que lá fiz e orgulhosa de tudo o que aprendi”.

“Aprendi a estudar com gosto e descobri o caminho que queria traçar”

Graduado ESEM na turma de 2017, Matheus Hansen Voigt, de Jaraguá do Sul, conta como se adaptou à escola, destaca a importância das relações interpessoais e os aprendizados que traz para a vida. Formado há pouco mais de dois anos, o jovem cursa Química na Universidade Federal de Santa Catarina.

“Minha experiência pessoal em relação a estrutura escolar e a dinâmica das aulas foi excepcional e surpreendente, porque nunca tinha visto e vivenciado uma oportunidade tão única e diversa. Era tudo novidade, desde o método de ensino e avaliações até a própria região que eu estava, porque eu não tinha saído do Sul do Brasil até então. Então o choque de realidade foi grande, porém a escola já sabia como lidar com isso e me ajudou de várias formas possíveis para eu me ajustar e familiarizar com o espaço, com os estudos, com a rotina e, principalmente, com a saudade.

Essa adaptação se resume mais ao primeiro ano, quando tudo ainda está recente, porém é no segundo e no terceiro ano que você se sente ainda mais pertencente àquele lugar. A partir do momento que a sensação de estabilidade e adaptação aparece, é como se você tivesse passado a vida inteira naquele ambiente e com aquelas pessoas.

Ter vivido tudo aquilo me trouxe, além de um ensino médio de altíssima qualidade, amigos e professores que eu poderia facilmente chamar de segunda família. Com o convívio praticamente diário e as pessoas maravilhosas que nós conhecemos, é difícil não haver um vínculo, no mínimo, fraternal. Cada pessoa que você conhece é um ensinamento ou uma curiosidade diferente, porque é tanta diversidade, tanta novidade e tantas visões de mundo distintas que cada conversa de 5 minutos é uma aula.

Além das relações interpessoais, aprendi muito também a pensar de forma independente e desenvolver um senso crítico, que é muito importante para formação do aluno. Dessa forma a gente acaba percebendo de uma maneira bem profunda que a educação é essencial para o crescimento, não só de um país, mas de uma humanidade inteira. A valorização do espaço acadêmico se intensifica por assim dizer.

Agora, já formado há pouco mais de dois anos, estou cursando Química na Universidade Federal de Santa Catarina. Sou eternamente grato a escola por isso, pois foi lá que aprendi a estudar com gosto e, essencialmente, foi lá que descobri que caminho que eu queria traçar. Lá, o apoio às decisões profissionais e acadêmicas é enorme. A iniciativa de quererem que você seja o melhor como profissional e como ser humano está presente de forma evidente.

Com todo o incentivo que tive, com toda base que me deram e o exemplos que me foram mostrados, minhas expectativas são de um futuro promissor de forma pessoal, com ambições que já estavam comigo antes, porém agora defini metas para chegar onde quero e, como enfatizado ao longo dos três anos, buscar evoluir pessoalmente, ter em mente que sempre há algo que podemos melhorar. Assim, tornando o projeto da Esem cada vez mais concreto. O projeto de educar cidadãos que mudem o mundo a partir da sua perspectiva, a partir dos seus objetivos".

"Os melhores três anos da minha vida"

Aluna da turma 2012-2014, a joinvilense Mariel Hang de Oliveira também aproveitou a oportunidade. Hoje, ela estuda Engenharia Química na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

"Eu descobri a Escola Sesc de Ensino Médio através da minha prima Elizabeth, aluna da terceira turma de formandos, e através dos depoimentos dela eu me apaixonei pelo projeto. Quando saiu o resultado para a turma 2012-2014 eu nem acreditei que o meu número estava na tela. Eu fiquei paralisada enquanto minha mãe gritava 'Você passou! Você passou!'. E lá fui eu, saindo de Joinville aos 14 anos para cursar o ensino médio no Rio de Janeiro.

A Escola Sesc me proporcionou um ensino de excelente qualidade, com métodos inovadores, laboratórios e tecnologias que auxiliam na compreensão das matérias. Os professores são mais que professores, eles se transformaram em amigos e os amigos em família.

Através da escola e dos professores eu me apaixonei pelo ensino, pela ciência e pelas artes. Desenvolvi tanto projetos de iniciação científica, quanto peças de teatro. Hoje em dia eu estudo Engenharia Química na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Todos concordam que a pior parte é a saudade, saudade dos amigos que fizemos lá, da escola, da convivência. Porém, mesmo estando longe dos pais, tendo que aprender a lavar a roupa e arrumar o quarto sozinha, quando me perguntam do meu ensino médio eu sempre respondo que foram os melhores três anos da minha vida".